Milho: Após perdas recentes, mercado esboça reação e opera com ligeira alta na manhã desta 5ª feira

Publicado em 21/05/2015 09:35

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiros ganhos na manhã desta quinta-feira (21). Por volta das 9h19 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam altas entre 1,75 e 2,00 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,62 por bushel, depois de ter fechado o pregão anterior abaixo dos US$ 3,60 por bushel.

As cotações do cereal esboçam uma recuperação frente às perdas recentes. Em meio às perspectivas de boa safra nos EUA e o clima favorável, as cotações do milho não têm conseguido avançar. As chuvas permanecem aparecendo no Meio-Oeste do país, fator que tem contribuído para a germinação e desenvolvimento da cultura.

Paralelamente, as agências internacionais começam a destacar as preocupações com a demanda. Há rumores de que a China poderia reduzir as importações de DDG, subproduto do processamento de milho em etanol usado na fabricação de rações, já que os seus estoques estariam lotados.

Ainda ontem, a forte alta do dólar também contribuiu para pressionar os preços, assim como, as informações da gripe aviária no país. Outro fator que também pode influenciar o andamento dos negócios é o relatório de vendas para exportação, que será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Na semana anterior, o número, da safra 2014/15, ficou em 370 mil toneladas do grão. Uma queda de 56% em comparação com o último reporte do departamento, de 841,8 mil toneladas.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

CBOT: Milho recua pelo 2º dia consecutivo frente às boas perspectivas para a safra dos EUA

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quarta-feira (20) em campo negativo. Os contratos recuaram pelo segundo dia consecutivo e exibiram perdas entre 2,50 e 3,25 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,59 por bushel, depois de ter iniciado o dia a US$ 3,60 por bushel.

Sem novidades, os participantes do mercado ainda observam o andamento da safra 2015/16 nos Estados Unidos. De acordo com dados do NOAA (Departamento oficial de clima do governo dos EUA) ainda há possibilidade de chuvas nos próximos dias, entre 25 a 29 de maio, no cinturão produtor do cereal. Até o momento, as precipitações ainda são benéficas às lavouras, uma vez que, beneficiam o desenvolvimento da cultura. E os produtores rurais já caminham para a finalização do cultivo do grão.

E diante das boas perspectivas para a nova safra, os contratos do cereal não têm fôlego para avançar. Inclusive, os analistas destacam que as cotações do milho devem trabalhar próximos dos patamares de US$ 3,60 por bushel. Para essa temporada, a projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é de uma safra ao redor de 346,22 milhões de toneladas.

Além disso, as agências internacionais destacam que, a valorização do dólar diante de outras moedas tem contribuído para manter o tom negativo no mercado internacional, já que acaba comprometendo a competitividade das exportações dos EUA.

Por outro lado, a produção de etanol no país ficou em 958 mil barris por dia até a semana encerrada no dia 15 de maio, conforme dados da AIE (Agência de Informação de Energia). O número representa um crescimento de 46% em relação à semana anterior, quando a produção foi estimada em 912 mil barris por dia.

Os estoques de etanol nos EUA registraram ligeira alta e subiram de 20,3 mil barris, para 20,4 mil barris indicados no mesmo período.

Mercado interno

O preço do milho praticado no Porto de Paranaguá recuou mais de 1% nesta quarta-feira. A saca, para entrega em outubro, encerrou o dia a R$ 27,50, conforme levantamento realizado pela Equipe do Notícias Agrícolas. Em Não-me-toque (RS), as cotações também caíram, 2,27%, e terminaram o dia a R$ 21,50. Nas demais praças os preços ficaram estáveis.

Os analistas destacam que a queda no dólar registrada hoje, a moeda norte-americana encerrou a sessão desta quarta-feira a R$ 3,01, com desvalorização de 0,95%, pesaram nos preços nos portos. Do mesmo modo, a queda observada nas cotações no mercado internacional também contribui para a formação do cenário.

Também é preciso destacar que, a estimativa de uma segunda safra de milho cheia ajuda a pressionar negativamente as cotações. Com a perspectiva de uma grande oferta mais adiante, com o início da colheita do cereal, os compradores ainda estão em posição mais confortável.

Em alguns estados como Paraná e Mato Grosso, os trabalhos nos campos deverão ganhar ritmo a partir da próxima semana. Segundo dados do Deral (Departamento de Agricultura Rural) do PR, os produtores já iniciaram a colheita do grão, que atingiu 1%. A projeção é que sejam colhidas ao redor de 10,047 milhões de toneladas de milho no estado, contra as 10,360 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior.

Mesmo com as preocupações iniciais, devido ao atraso na soja e perspectiva de redução nos investimentos em tecnologia, os agricultores fizeram o cultivo do grão e o clima tem contribuído para o desenvolvimento das plantas. Com isso, a perspectiva é que sejam colhidas mais de 50 milhões de toneladas do cereal.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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