Milho: Com expectativa de redução de área nos EUA na safra 15/16, mercado fecha em alta na CBOT
Na sessão desta segunda-feira (30), o mercado internacional do milho fechou em campo positivo. A expectativa de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduza a área de plantio como cereal na safra 2015/16 foi, segundo analistas, um dos principais fatores de estímulo para as cotações.
Os futuros do milho fecharam com 3,50 pontos de alta nesta segunda e quase todas as principais posições entre as mais negociadas acima dos US$ 4,00 por bushel, com exceção do primeiro contrato - maio/15 - que encerrou os negócios com US$ 3,94.
É opinião comum entre analistas, consultorias e traders que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá apresentar, em seu boletim que será divulgado nesta terça-feira (31), uma área menor a ser cultivada com milho na temporada que vem a seguir.
Algumas estimativas apontam para uma área média de 35,91 milhões de hectares, contra 36,66 milhões plantados na safra 2014/15. Caso se confirme, essee número poderia ficar mais baixo até mesmo do que o primeiro indicativo do USDA divulgado no Annual Outlook Forum, realizado pelo órgão, no início deste ano, de 36,02 milhões de hectares.
Para o consultor de mercado Flávio França Jr., da Fraça Jr. Consultoria, esse é um relatório que realmente mexe com o humor do mercado, no entanto, não é definitivo, já que os primeiros boletins de acompanhamento de safras efetivos serão reportados somente em agosto. "No entanto, eles se tornam importantes ao trazerem um norte, ao mostrar um planejamento dos produtores norte-americanos", diz. E as cotações do milho, como explica o consultor, têm ganhado força com essas expectativas de redução da área.
O USDA, nesta terça, traz um outro reporte que é o de estoques trimestrais, com a posição das reservas em 1º de março, porém, para este boletim não há tantas expectativas. Ainda segundo França, "não há grandes surpresas previstas no radar para esse boletim. Os volumes devem vir acima do registrado nesse mesmo período do ano passado e o que se espera agora são os ajustes que serão apresentados, mas não há nada de mais sendo esperado".
BM&F e Mercado Interno
Na BM&F, apesar da sessão volátil do dólar, o mercado fechou em campo positivo também. A puxada do dólar no início dos negócios acabou influenciando positivamente as cotações do cereal, que fecharam o dia com ganhos de 1,3% para o contrato maio/15 - a R$ 28,78 - e de 0,75% para o setembro/15, que encerrou o dia valendo R$ 29,72.
No porto de Paranaguá, em contrapartida, o mercado registrou uma baixa de 1,64% para R$ 30,00 para o produto com entrega em outubro/15. No interior do país, o preço chegou a subir mais de 3% em Ubiratã/PR, por exemplo, para bater em R$ 22,00 e 0,93% em São Gabriel do Oeste/MS, onde a cotações fechou com R$ 21,70.
Nesta segunda-feira, o dólar registrou uma sessão de volatilidade, chegou a subir mais de 1,5% nos primeiros negócios, porém, encerrou o dia com leve baixa de 0,3% depois, segundo analistas, de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidente Dilma Rousseff adotarem discursos semelhantes.
O mercado vinha trabalhando com rumores de que o dirigente da principal pasta da área econômica e Dilma estavam protagonizando novos atritos, colocando em xeque, até mesmo, a aprovação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo federal.
"A fala dele (Levy) e a própria presidente vindo a público acalmaram o mercado", disse o economista-chefe do banco BESI Brasil, Jankiel Santos à agência Reuters.
Veja como fecharam as cotações nesta segunda-feira:
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