Milho: Com suporte do dólar, preços sobem em Paranaguá e retomam o patamar dos R$ 30,00/sc
O dólar também contribuiu para a alta observada no Porto de Paranaguá nesta quinta-feira. Conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a cotação subiu 1,69% e retomou o patamar dos R$ 30,00, para entrega em outubro. No Porto de Santos (SP), o valor praticado também aumentou para R$ 30,10, com ganho de 3,79%.
Na região de Campo Novo do Parecis (MT), o preço subiu para R$ 18,00, com alta de 2,86%. Já em São Gabriel do Oeste (MS), o ganho foi de 4,76%, com a saca cotada a R$ 22,00. Nas demais praças pesquisadas, o dia foi de estabilidade.
"Em relação aos Portos, esses patamares deverão se sustentar e até trabalhar acima dos atuais níveis. O mercado de porto tem se mantido bem calmo. Já no mercado brasileiro, os produtores negociaram bem o milho nos últimos 40 dias. Muitos agricultores conseguiram patamares próximos aos praticados, porém, agora estão mais interessados em plantar a safrinha", ressalta Brandalizze.
BM&F Bovespa
Mais uma vez, a alta do dólar deu sustentação aos preços do milho na Bolsa brasileira. As principais posições do cereal exibiram valorização entre 0,14% e 0,27%, nesta quinta-feira (26). O contrato março/15 era negociado a R$ 29,68 a saca.
A moeda norte-americana encerrou a sessão negociada a R$ 2,8852 na venda, com alta de 0,60%. O valor é o maior patamar de fechamento desde 15 de setembro de 2004, quando o câmbio fechou a R$ 2,903, de acordo com informações reportadas pela agência Reuters. Os analistas também sinalizam que, os preços buscam uma proximidade maior com os valores praticados nos portos.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do milho fecharam a sessão desta quinta-feira (26) em campo positivo. Ao longo do dia, as principais posições do cereal aumentaram os ganhos e encerraram o pregão com altas entre 4,25 e 4,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,80 por bushel.
Durante o dia, os preços tentaram buscar uma recuperação depois de três sessões consecutivas de perdas. Apesar da valorização, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que, os contratos da commodity não conseguiram recuperar as quedas registradas nos últimos dias.
"Nos EUA, a comercialização do cereal não está tão aquecida, como acontece com a soja. Hoje, tivemos as vendas para exportação abaixo do observado na semana anterior, reflexo do feriado na China. Até o momento, temos 78% do volume previsto para exportação comprometido, e esse ritmo mais lento nos negócios, não forçam as cotações na CBOT", explica o consultor.
De acordo com boletim reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira, as vendas para exportação ficaram em 715,9 mil toneladas do grão, até a semana encerrada no dia 19 de fevereiro. Em relação à semana anterior, o volume vendido recuou 23%, já que na semana passada, as vendas totalizaram 932,2 mil toneladas do grão.
Da safra nova, as vendas foram indicadas em 148,2 mil toneladas de milho, número pouco acima do observado anteriormente, de 143,2 mil toneladas. E no total acumulado do ano safra, as vendas somam 34.799,0 milhões de toneladas, contra 44.450,0 milhões de toneladas estimados pelo USDA.
"Temos um mercado ainda muito técnico e toda vez que os preços sobem, depois acabam liquidando as posições. E, por enquanto, a greve dos caminhoneiros observada no Brasil não afeta tanto os preços no mercado internacional, como no caso da soja. Os norte-americanos são líderes absolutos, além disso, também temos outros fornecedores no mercado nesse momento", afirma Brandalizze.
Outro fator que também teria dado suporte aos preços, conforme dados do site Farm Futures, foi a forte valorização observada na soja nesta quinta-feira. Paralelamente, o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) estimou a produção mundial de milho da safra 2015/16 em 938 milhões de toneladas. O número representa uma queda de 5% em comparação com a última estimativa, de 992 milhões de toneladas.
"Apesar da queda na produção de milho, os estoques pesados do início da temporada devem garantir grandes disponibilidades globais. E embora uma forte demanda seja prevista, especialmente para a alimentação, os estoques finais deverão permanecer confortáveis", informou o IGC.
Argentina
Segundo informações dos sites internacionais, a colheita do milho da safra 2014/15 chegou a 1,7% na Argentina. Ao todo, foram colhidas 400 mil toneladas do grão, em 53 mil hectares. Os produtores argentinos deverão colher uma produção ao redor de 22,5 milhões de toneladas nesta temporada.
Veja como fecharam as cotações nesta quinta-feira:
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