Falta de chuvas em Alagoas afeta produções de grãos
A seca que atingiu diversas cidades do estado de Alagoas afetou diretamente as lavouras da região. “Os meses que normalmente apresentam um considerável volume de pluviosidade deixaram a desejar. Agosto, que é justamente o período de enchimento de grãos, ficou em torno de 25 dias sem cair uma gota d’água”, afirma Hibernon Albuquerque, engenheiro agrônomo e superintendente de desenvolvimento agropecuário da Secretaria de Estado de Agricultura de Maceió (AL).
Uma das principais culturas prejudicadas foi a de grãos, entre as quais a soja, o milho e o feijão. “Entre Araparica, no centro do estado, até o oeste, a perda foi de aproximadamente 80% na produção. Cerca de 40 municípios estão em estado de emergência. Porém, quando analisamos a região do Agreste Alagoano, localizada entre o sertão e a mata atlântica, o prejuízo foi menor”, explica o especialista.
Por conta da queda nas produções, os agricultores foram obrigados a subir os preços no mercado. “A saca de milho, que em um ano normal chegaria, no máximo, a R$ 40, está em torno de R$ 60 a R$ 70. Há um mês, a saca do feijão estava quase R$ 500, valor muito maior que o normal”, diz.
Segundo Hibernon, geralmente, a época de chuvas na região vai do final de abril até meados de agosto, tendo sempre umidade para plantio, seja na zona mais seca ou no Agreste. No litoral, as chuvas sempre se alongam um pouco mais. “Desde 2012, no entanto, os municípios de Alagoas estão com precipitações abaixo do normal, não tendo mais reservas de água”, explica. A situação não é nada favorável aos agricultores alagoanos. “O ano de 2016 foi um dos piores dos últimos cem anos”, finaliza.
De acordo com o meteorologista Alexandre Nascimento, em 2012 quase tivemos a formação de um fenômeno chamado El Niño. Depois, Alagoas passou por um período de bloqueio atmosférico entre 2013/2014 – 2014/2015 onde não chovia. O último El Niño se formou no final de 2014 agravando mais a crise hídrica e durou até meados de 2016. No momento, estamos em um período de neutralidade prestes a ter a influência do fenômeno La Niña, mas de forma fraca. É normal para esta época do ano não chover no estado. Porém, a boa notícia é que para a próxima temporada (março de 2017) a chuva volte ao normal com precipitações dentro da média.
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