Suíno Vivo: Santa Catarina tem alta de preços e setor espera recuperação
As cotações para o suíno vivo voltaram a registrar alta nesta quinta-feira (02). Assim como esperado, os produtores integrados de Santa Catarina passam a receber aumento de R$ 0,10 pelo quilo de suíno vivo. Com isso, a Cooperativa Central Aurora passa a pagar R$ 2,90/kg e a JBS Foods o valor de R$ 2,80/kg.
O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, aponta que o setor precisava de reajuste há muitos meses, devido aos altos custos de produção e as diversas baixas sendo registradas. “Sabemos que a melhora de preços será gradativa, mas precisamos de uma reação maior, pois o custo de produção do quilo do suíno ainda passa dos R$ 4,00. Esse é o recomeço para mantermos a atividade suinícola catarinense viva”, explica.
Nesta semana, mais regiões já registraram aumento nas cotações, como em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) aponta que houve um aumento de 32% nos preços do suíno vivo no acumulado de mês (de 29 de abril a 31 de maio).
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o pesquisador do Cepea, Augusto Maia, explica que o resultado é reflexo da melhora na demanda, desde o feriado de Dia das Mães e também nos embarques. Porém, a recuperação ainda está abaixo da esperada, devido a perdas do setor com custos de produção e demanda enfraquecida desde o início de 2016.
» Acompanhe a entrevista na íntegra com o pesquisador do Cepea, Augusto Maia
Por outro lado, a tendência é de melhora nos próximos meses. “No segundo semestre temos historicamente um patamar de preço melhor, porque as exportações crescem e o consumo interno é maior", explica Maia.
Exportações
Os embarques continuam apresentando bons resultados. Em comparação com as exportações de maio do ano passado, houve um crescimento de 36% – de acordo com dados divulgados hoje pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Além disto, entre janeiro e maio o crescimento é de 62%, totalizando 247,8 mil toneladas de carne suína in natura embarcadas.
“Os mercados da Ásia e do Leste Europeu continuam incrementando suas compras. Assim como no setor de aves, as vendas internacionais estão reduzindo os efeitos da crise brasileira, melhorando a relação oferta-demanda no mercado interno”, destaca Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente técnico da ABPA.
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