Extremos na Ásia: Onda de calor, temperaturas recordes e inundações castigam campos, animais e população
As condições climáticas nos Estados Unidos estão no centro das análises de mercado neste momento e intensificando a volatilidade, principalmente, entre os grãos. No entanto, a onda de calor que castiga a Ásia nas última semanas também exige atenção e monitoramento. Afinal, somente na China, de acordo com o boletim diário do Commodity Weather Group desta terça-feira (20), são cerca de um terço das áreas de soja e milho sob alguma condição severa de estresse hídrico, com previsões que apontam a continuidade do calor intenso por, pelo menos, mais cinco dias.
Os mapas para os próximos dias impressionam. Nas imagens a seguir, as previsõe de temperaturas para o leste - na primeira - e sul - na segunda - da Ásia. O primeiro mapa mostram as previsões para o período de 20 de 28 de junho e o segundo, de 28 de junho a 6 de julho.
Na sequência, os mesmo períodos e regiões, porém, tarzendo as previsões de chuvas.
O terceiro bloco de imagens traz os níveis atuais de umidade do solos também, respectivamente, para o leste e sul da Ásia.
CHINA
Os severos padrões climáticos - temperaturas recordes e chuvas muito fortes em algumas regiões - que se registram na nação asiática já afetam não só estas duas culturas, como têm causado também a morte de animais em propriedades rurais, além de outras culturas como o trigo e arroz também estarem sofrendo. Historicamente, em anos como este, de maio a setembro, podem ocorrer secas e inundações simultaneamente.
Uma notícia da CNN Internacional relata que já há relatos da morte de porcos, coelhos e peixes em fazendas, ao mesmo tempo em que autoridades chinesas estão também preocupadas com a possibilidade de regiões do Rio Yangtze, principal área produtora de arroz do país, poderem secar nos próximos meses.
As informações dão conta da morte de centenas de porcos na província de Jiangsu, no leste da nação asiática, no início deste mês. Em Guangxi, um número grande de carpas mortas pelo tempo aadverso foi relatado, com os produtores relatando que seus peixes foram "queimados até a morte", na medida em que as temperaturas das águas se elevaram de forma muito expressiva. Entre os dias 8 e 9, a cidade de Yulin, na província de Guangxi, registrou 35 horas seguidas de chuvas ininterruptas, enquanto em Beihai as cheias foram registradas depois de 614,7 mm de precipitações, superando todos os recordes da província. Em maio, reforçando o contraste que tem sido registrado em Guangxi, se registrou a menor ocorrência de chuvas em 60 anos.
Na província de Henan, as chuvas intensas inundaram campos de trigo no final de maio, dias depois do início da colheita. As condições ocasionaram o rebrotamento de alguns campos ou até mesmo mofo. A localidade responde por cerca de um quarto da produção chinesa de trigo e o que se perdeu pelo excesso de chuvas foi, pelo menos, 20% da produtividade nacional do cereal.
"Condições extremas como secas ou inundações podem provocar disrupções na produção de alimentos e trazer ainda mais incertezas para os estoques de alimentos e petróleo", afirmou Sheng Xia, chefe de análises agrícolas do Citic Securities, em um relatório recente. O especialista destacou ainda a influência do El Niño contribui para os extremos, em especial as temperaturas acima da média. Assim, o fenômeno poderia ainda causar seca no norte, cheias no sul e um inverno mais frio no nordeste chinês.
Índia, Vietnã, Paquistão, Japão e Coreia do Sul também têm sofrido com extremos e perdas causadas pelas condições agressivas de tempo.
ÍNDIA
Na Índia, as estimativas são de que haja, pelo menos, cerca de 600 milhões de pessoas expostas aos efeitos da onda de calor, um número maior do que em qualquer outro país do mundo. A nação, afinal, superou a China como a mais populosa do planeta este ano, no final de abril.
Nos últimos três dias, ao menos 34 pessoas já morreram em decorrência do calor extremo na Índia e o governo tem orientado os cidadãos a permanecerem em suas casas durante o dia evitando muito tempo de exposição.
Os meses mais quentes na Índia são abril, maio e junho e as condições só se amenizam após a chegada das chuvas de monções, que promovem uma certa queda das temperaturas. Nesta terça-feira, a Reuters informou que, após um atraso, as previsões já indicam que a monção deverá ganhar força nos próximos três a quatro dias no país.
"As condições estão se tornando favoráveis para o fortalecimento da monção. Ela progredirá rapidamente a partir deste fim de semana nas partes central, oeste e norte do país", disse um alto funcionário do Departamento Meteorológico da Índia (IMD).
Algodão, soja e leguminosas são cultivados principalmente na região central do país, que é o maior importador de óleos vegetais e leguminosas e o maior produtor de algodão, informou a agência internacional de notícias.
COREIA DO SUL
Na Coreia do Sul, o serviço oficial de clima emitiu seu primeiro alerta sobre a onda de calor do ano neste domingo (18), valendo para Seul e a província de Gyeonggi. Autoridades já trouxeram também comunicados orientando os cidadãos e afirmando que todas as medidas cautelares já estão sendo tomadas.
Com informações adicionais da CNN Internacional, The Guardian, Bloomberg e China Daily
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