IAC disponibiliza quatro novos Boletins Técnicos sobre um porta-enxerto e três variedades de café mais recentes

Publicado em 04/12/2024 11:17
Porta-enxerto IAC Herculândia traz combinação única e resistência excepcional

O Instituto Agronômico (IAC-Apta), de Campinas, responsável por grande parte das tecnologias que sustentam a cafeicultura brasileira, desenvolve pacotes tecnológicos que incluem variedades e porta-enxertos de café, sistemas de manejo do cafeeiro, além de estudos sobre qualidade da bebida e nichos de mercado. Com o objetivo de transferir informações atualizadas, o IAC elabora boletins e os disponibiliza ao setor. Com esse propósito, foram produzidas quatro novas publicações, uma sobre o porta-enxerto IAC Herculândia, material inédito que apresenta resistência simultânea a três espécies de nematoides do gênero Meloidogyne, e outras três sobre as mais recentes cultivares de café Arábica lançadas pela instituição: IAC 125 RN, IAC Obatã 4739 e IAC Catuaí SH3. As publicações, disponíveis gratuitamente no link https://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/tipo.php?p=1, abordam as características desses materiais e também aspectos relacionados ao processo de obtenção, sementes, desempenho e fitossanidade.

Há um ano, o setor cafeeiro nacional conta com um novo porta-enxerto IAC Herculândia, considerado uma opção robusta no enfrentamento de parasitas em solos infestados por múltiplas espécies desses vermes microscópicos e abundantes. O porta-enxerto IAC Herculândia apresenta alto nível de resistência aos nematoides Meloidogyne exigua, M. incognita M. paranaensis. Desenvolvido para a enxertia de cultivares suscetíveis de café Arábicasuas informaçõesestão no Boletim Técnico IAC 239.

“O porta-enxerto IAC Herculância proporciona resistência total aos nematoides Meloidogyne exigua e Meloidogyne incognita com diversas cultivares de copa de Coffea arabica, como IAC Ouro Verde e Catuaí Vermelho IAC 99, IAC Catuaí SH3, Obatã IAC 1669-20, entre outras”, ressalta o pesquisador do IAC, Oliveiro Guerreiro Filho.

“IAC Herculância é uma cultivar sintética, que resultou de recombinações genéticas entre cinco clones de C. canephora, identificados como IAC WG, IAC FEBS, IAC PM, IAC LCCBF e IAC ARM”, explica o cientista sobre a pesquisa que gerou esse material inédito no Brasil e que representa um avanço significativo no melhoramento do café, por trazer esta resistência multiespécies.

O grande ineditismo do IAC Herculândia reside na combinação de resistência múltipla, em nível bastante elevado, a três espécies diferentes de nematoides, uma característica não presente em outros porta-enxertos disponíveis no mercado. “Este avanço permite que cafeicultores superem limitações de produção causadas por esses parasitas, mantendo a saúde das plantas e garantindo melhores resultados em produtividade. Sua alta adaptabilidade e compatibilidade com as principais cultivares de copa o tornam uma escolha versátil para diversas áreas do cultivo de café no Brasil”, ressalta Guerreiro.

Segundo o pesquisador, os quatro boletins trazem informações relacionadas ao processo de seleção, ao desempenho agronômico em condições experimentais e às características diversas sobre cada uma das cultivares e porta-enxerto – todos registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária.

Os textos publicados anteriormente em periódico científico especializado divulgam o tema junto à comunidade científica e acadêmica, mas são de difícil acesso para o setor produtivo. “Os boletins técnicos disponibilizados gratuitamente buscam ampliar o público com uma linguagem acessível para personagens relevantes do setor cafeeiro, como cafeicultores, viveiristas, produtores de sementes, técnicos e consultores, além de dar maior visibilidade às tecnologias geradas pelo Instituto”, diz o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

 

IAC 125 RN, excelente opção para o setor, está no Boletim Técnico IAC 236

Com resistência à ferrugem-do-cafeeiro e às raças 1 e 2 do nematoide M. exigua, esta cultivar IAC 125 RN é ótima opção para a cafeicultura nacional.

“Por ser resistente a todas as raças de ferrugem encontradas no Brasil, IAC 125 RN reduz a necessidade de defensivos químicos e, consequentemente, os custos de produção. Além disso, sua resistência aos nematoides, especialmente M. exigua, que afetam severamente solos arenosos, é uma vantagem econômica significativa em áreas de ocorrência dos mesmos”, explica Oliveiro Guerreiro Filho. Apesar da destacada resistência à ferrugem e aos nematoides, a cultivar é suscetível ao bicho-mineiro, à broca-dos-frutos e à cercosporiose.

Com altura reduzida e copa compacta, a IAC 125 RN apresenta ramificação entre média e alta, as folhas novas são verdes e os frutos são grandes e cor vermelho-escura, que amadurecem precocemente.

Recomendada para o cultivo de café Arábica em São Paulo e Minas Gerais, especialmente em regiões irrigadas, a IAC 125 RN demonstrou maior produtividade em comparação ao Catuaí Vermelho IAC 144, em condições irrigadas ou não.

“Essa cultivar combina resistência a pragas e doenças com características agronômicas e tecnológicas que a tornam uma escolha promissora para os cafeicultores, destacando-se como um marco no melhoramento genético de Coffea arabica no Brasil”, resume o cientista.

Características inovadoras da IAC Obatã 4739 estão no Boletim Técnico IAC 237

A cultivar IAC Obatã 4739 possibilita o cultivo sem o uso de fungicidas, reduzindo custos e impactos ambientais graças à sua resistência a várias raças de ferrugem-do-cafeeiro. Com esse perfil, atende à busca pela alta produtividade, resistência a doenças e excepcional qualidade de bebida, além de colaborar com a sustentabilidade ambiental.

Sua adaptabilidade a diferentes altitudes e latitudes a torna versátil para diversas regiões cafeeiras, destacando-se em Minas Gerais e São Paulo. É recomendada para regiões com déficit hídrico moderado, preferencialmente em sistemas irrigados. “Em áreas irrigadas, a produtividade é elevada, com média de 83,2 sacas de café beneficiado por hectare, superando outras cultivares de referência”, afirma Guerreiro.

Outras características incluem: porte baixo, internódios curtos e copa compacta, perfil que facilita o manejo nas lavouras. Seus frutos amarelos têm amadurecimento médio a tardio e, em algumas regiões, amadurecem mais tarde que o Catuaí Amarelo IAC 62.

Pacote tecnológico inédito trazido pela cultivar IAC Catuaí SH3 está no Boletim Técnico IAC 238

A cultivar IAC Catuaí SH3 reduz o uso de defensivos e traz a combinação equilibrada de resistência à ferrugem, tolerância à seca e alta qualidade de bebida, perfil raro entre as cultivares de porte baixo. “Essa inovação faz da IAC Catuaí SH3 uma escolha estratégica para produtores que buscam sustentabilidade, eficiência agronômica e qualidade”, ressalta o pesquisador Oliveiro Guerreiro Filho.

A IAC Catuaí permite maior densidade de plantio e facilita a colheita por ter baixa estatura, copa cilíndrica e diâmetro variável. Com ciclo de maturação intermediário a tardio, assemelha-se ao Catuaí Vermelho IAC 99.

Adaptável a diferentes regiões, é especialmente eficaz em áreas propensas à incidência de ferrugem e à seca, como Mococa e Franca, no interior paulista, onde sua produtividade média supera 39 sacas por hectare.

“A IAC Catuaí SH3 apresenta vigor excepcional após períodos de seca, com qualidade de bebida superior, alcançando 82 pontos na escala da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA), o que a torna apta para o mercado de cafés especiais”, comenta o pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

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Fonte:
IAC

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