Brasil líder no conilon: Se clima ajudar, produção pode ultrapassar Vietnã até 2027

Publicado em 03/06/2024 18:29 e atualizado em 04/06/2024 07:40
Com suporte do clima e tecnologias, analistas apostam que Brasil pode ser líder absoluto no mercado de café

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A preocupação latente com a oferta de café continua dando suporte para os preços da commodity e apesar da volatilidade observada pelo produtor, analistas afirmam que o cenário continua sendo de oportunidades para o Brasil. Segundo fontes ouvidas pelo Notícias Agrícolas, além dos preços acima da média histórica, com as condições climáticas ideais em poucos anos o Brasil poderia ultrapassar o Vietnã e se tornar o maior produtor também de café conilon.

O país asiático enfrenta uma das maiores crises climáticas nos últimos anos. Alguns produtores, inclusive, migram para outras atividades e o mercado com números de produção que ficam entre 24 e 28 milhões de sacas na safra a ser colhida no segundo semestre de 2024. Para o Brasil, o número mais recente do USDA aposta em 21 milhões de sacas de conilon na safra atual. 

Por aqui, com a tecnologia aplicada nas lavouras e desenvolvimento de clones cada vez mais produtivos e resistentes, o setor de conilon aposta em um avanço signficativo na produção, podendo alcançar números próximos ao do Vietnã em menos de cinco anos. 

"Em condições climáticas normais e pelo parque cafeeiro que já tem hoje no Brasil, principalmente no Espírito Santo, é factível a gente dizer que na safra 26/27 o Brasil teria condições sim o Vietnã. Mas para que isso se conclua, há de se contar com condições climáticas perfeitas o que infelizmente não vem acontecendo nos útimos tempos. Mas o número muito maior de árvores por hectare e clones com alta produtivade dão sim a perspectiva que a gente possa ultrapassar o Vietnã, mais tardar no ciclo 27/28", disse um trader ao Notícias Agrícolas.

Em entrevista ao podcast Café em Prosa, do Notícias Agrícolas, o analista de mercado Fernando Maximiliano, da StoneX Brasil, afirma que o setor já entende o protagonismo que o país pode alcançar também nesse mercado. 

"O Brasil faz o dever de casa muito bem feito e hoje é o momento do robusta, que a gente acredita que vai tomar a liderança do mundo nos próximos anos sem sombra de dúvidas", afirma. 

Ressalta ainda que além da quantidade, como o Brasil já é mundialmente conhecido, as oportunidades só existem porque o país também vem entregando muita qualidade aos mercados convencionais, mas principalmente os que ainda estão em expansão. 

"Lembrando que o robusta hoje é um nível de qualidade muito melhor que há 10 anos. O produtor tem evoluído, sem qualidade o Brasil não faria isso", afirma. Acrescenta que nesse momento, o mercado busca pelos cafés considerados comuns, mas que a tendência é de avanço na procura também pelos de qualidade. 

Para Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, afirma que além do Espírito Santo, as áreas no sul da Bahia também favorecem para que o Brasil alcance esse patamar na produção de conilon, considerando ainda os estudos que estão sendo feitos em outros estados.

"Existem atualmente estudos relevantes para o conilon em São Paulo, Minas Gerais e em Goiás. O conceito de uma varidade mais resistente e com uma produtividade interessante vem dando certo", afirma. A título de comparação, no ano de safra cheia e com as condições climáticas ideais, uma planta de conilon pode produzir até 120 sacas de hectare, o dobro do observado atualmente nas lavouras bem cuidadas de arábica. 

Para Haroldo, além da produtividade é preciso destacar a qualidade que esse café do Brasil vem apresentando ao mercado internacional. Com a "saída" da Ásia, o país conquistou mercados antes não vistos e o setor foca também na qualidade da bebida e não apenas na quantidade. "O conilon do Brasil deixou de ser o patinho feio e atende os mais variados mercados sem grandes problemas", afirma. 

Ressalta, no entanto, que é importante ter em mente que para o Brasil ultrapassar o Vietnã, o país asiático também tem que manter a produção nos patamares atuais. "É uma oportunidade que existe, mas a longo prazo e não podemos deixar de pensar na mão de obra e os passos que estão dando para a mecanização da colheita", afirma. 
 

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Por:
Virgínia Alves | Instagram: @imvirginiaalves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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