Café sobe forte na Bolsa de NY e apesar das chuvas, continuam as incertezas sobre o tamanho da oferta brasileira
O café arábica negociado na Bolsa de Nova York fechou a segunda-feira (15) com altas de 4 a 8% nos principais vencimentos e atingiu as maiores cotações dos últimos 4 anos.
Março/22 teve alta de 8,50%, negociado por 221,80 cents/lbp, maio/22 teve alta de 4,05%, cotado a 226,50 cents/lbp, julho/22 teve alta de 4,85%, valendo 227,45 cents/lbp .
Dec 2021 |
224,30 |
4,60 % |
Mar 2022 |
221,80 |
8,50 % |
May 2022 |
226,50 |
4,05 % |
Jul 2022 |
227,45 |
4,85 % |
A preocupação com a oferta global mais restrita de café alimentou movimento de compra por parte dos investidores. Além de todos os fatores já conhecidos do mercado que promoveram revisões na safra brasileira por conta de estiagens e geadas, os preços do produto também ganharam suporte depois que o Centro de Previsão do Clima dos EUA divulgou que o padrão climático La Niña no Pacífico equatorial provavelmente aumentaria em força nos próximos três meses.
Um La Niña mais forte pode levar a secas prolongadas na América do Sul, o que reduz a produção de café.
A preocupação com a oferta menor da Colômbia, o segundo maior produtor de café arábica do mundo, apóia os preços. Na segunda-feira passada, a Federação de Cafeicultores da Colômbia cortou sua estimativa da safra de café da Colômbia 2021/22 para 13 a 13,5 milhões de sacas de uma estimativa anterior de 14 milhões de sacas, já que o excesso de chuva reduziu a produtividade do café.
No Brasil, o Cecafé informou na sexta-feira passada que as exportações brasileiras de café verde em outubro caíram -25,2% para 3,12 milhões de sacas. Cecafé informou que os exportadores ainda estão lutando para encontrar espaço em navios porta-contêineres enquanto enfrentam sucessivos cancelamentos de encomendas devido à alta nos preços.
As preocupações com a seca no Brasil diminuíram ligeiramente, já que as chuvas recentes aumentaram os níveis de umidade do solo, o que poderia aumentar a produtividade da safra de café de 2022/23 do Brasil.
No entanto, o cafeicultor mineiro Carlos Paulino, ex-presidente de uma das maiores cooperativas de cafeicultores do Mundo, a Cooxupé, afirmou em entrevista ao Notícias Agrícolas que o mercado ainda não percebeu o tamanho do problema que a próxima safra de café vai enfrentar , com uma forte quebra na produção.
Produtores de várias regiões já relatam que, apesar da boa florada, o pegamento está baixo e a quantidade de abortamento dos chumbinhos ( que se tornam grãos) é muito expressiva.
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