Produção de café arábica em 2019 tem faturamento bruto equivalente a 60% da safra de 10 anos atrás

Publicado em 17/05/2019 14:27
Em 2010 receita das lavouras de café arábica atingiu R$ 25,71 bilhões e para 2019 estima-se R$ 15,71 bilhões

A receita bruta a ser recebida pelos produtores de café arábica nesta safra de 2019 está estimada em R$ 15,71 bilhões, valor que corresponde a aproximadamente 61% da receita das lavouras de café arábica de 2010, cujo montante foi de R$ 25,71 bilhões. Tendo em vista que a produção da espécie de café arábica teve volume físico equivalente nos dois anos objeto desta análise – em torno de 37 milhões de sacas de 60kg –, verifica-se que essa redução do faturamento é decorrente da queda das cotações médias do café arábica nessa década.

Com relação especificamente ao café conilon, vale ressaltar que essa espécie teve aumento do volume produzido de 35,8%, nas safras do período de 2011 a 2019, pois não existem dados oficiais do faturamento específico dessa espécie em 2010. Nesse contexto, a receita bruta a ser recebida pelos produtores estimada para 2019 é de R$ 4,63 bilhões, valor 9% superior ao faturamento de 2011, o qual foi de R$ 4,23 bilhões. Assim, pode-se inferir que esse incremento da receita do café conilon, nesses últimos nove anos, não corresponde, na mesma proporção, ao crescimento de 35,8% do volume produzido, fato que também decorre da redução média da cotação do café conilon.

Quanto ao faturamento total da lavoura cafeeira, o qual inclui as espécies de café arábica e de conilon, a receita estimada no mês de abril para 2019 é de R$ 20,34 bilhões. Tais dados e números que permitiram realizar estas análises da performance dos Cafés do Brasil foram obtidos na edição de abril de 2019 do Valor Bruto da Produção - VBP, o qual é elaborado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa. Referido VBP está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

No caso específico do café arábica, com base nesses dados do Mapa, se fizermos um ranking da receita bruta das cinco regiões brasileiras estimada para 2019, constata-se que a Região Sudeste tem o maior faturamento e figura em primeiro lugar com R$ 14,42 bilhões, que corresponde a 92% do faturamento. Em segundo lugar, a Região Nordeste com receita de R$ 705,91 milhões, equivale a 4%. Na sequência, vem a Região Sul com R$ 423,04 milhões (3%), e, em quarto lugar, a Região Centro-Oeste com R$ 148,63 milhões (1%). Por fim, a Região Norte deverá ter o faturamento de apenas R$ 12,41 milhões (menos de 1%).

Nesse mesmo contexto, em relação às lavouras de café conilon, o ranking do VBP das regiões brasileiras estimado para 2019, aponta em primeiro lugar a Região Sudeste, com faturamento bruto estimado em R$ 3,16 bilhões, montante que representa 68% do valor total da receita dessa espécie. Em segundo lugar, figura a Região Norte, com R$ 757,52 milhões (16%). Na sequência, a Região Nordeste, com receita de R$ 658,43 milhões (14%), e, em quarto, a Região Centro-Oeste, que deverá faturar em 2019 R$ 46,26 milhões (1%). Quanto à Região Sul, não existem registros oficiais do cultivo dessa espécie no VBP.

Cálculo do VBP do Café – Tem como base a safra anual estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os preços médios recebidos pelos produtores divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, da Universidade de São Paulo – USP. Na edição do VBP de abril, ora em destaque, a SPA/Mapa ressalta que os produtos que se destacaram com preços mais baixos foram cana de açúcar, mandioca, café e soja. E, ainda, que os preços internacionais em baixa do açúcar, café e soja influenciaram a redução dos preços internos e do VBP.

Visite o site do Observatório do Café para ler na íntegra o Valor Bruto da Produção – VBP de abril de 2019, elaborado pela SPA/Mapa, pelo link: https://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/VBP_04_19.pdf

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Fonte:
Embrapa Café

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1 comentário

  • Carlos Rodrigues

    Um bom artigo informativo , pena que não haja alguém que explique isso a os produtores que continuam plantando café!!! como é possível que 2/3 da produção do mundo esteja concentrada em 4 países e não exista um plano de ação contra a especulação concertada??

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