Café: Bolsa de Nova York fecha 6ª feira com leve alta após testar mínimas de 2005 no início da semana
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (21) com leve alta. O mercado reagiu em ajustes técnicos depois das mínimas dos últimos dias e câmbio. Na semana, a alta acumulada foi de 0,20%.
O vencimento dezembro/18 fechou o dia com alta de 15 pontos, a 99,90 cents/lb e o março/19 anotou 103,30 cents/lb com avanço de 20 pontos. Já o contrato maio/19 registrou 105,75 cents/lb e ganhos de 30 pontos e o julho/19 teve valorização de 30 pontos, a 108,10 cents/lb.
Apesar da alta nas últimas três sessões, o mercado externo do arábica ainda ficou abaixo do patamar de US$ 1 por libra-peso no vencimento dezembro/18. Ajustes técnicos deram suporte ao grão nos últimos dias depois de mínimas de 2005 no início da semana.
A desvalorização do dólar também deu suporte ao mercado do arábica da ICE. Nesta sexta-feira, a moeda estrangeira recuou 0,59%, cotada a R$ 4,0477 na venda. Investidores derrubaram as apostas altistas da divisa após divulgação de nova pesquisa eleitoral.
Apesar da terceira alta consecutiva no mercado do arábica, analistas, no entanto, ainda não consideram que as cotações da variedade podem ter mudado de tendência, uma vez que a pressão pode retornar com o câmbio e o otimismo com a safra brasileira de café.
"Ideias de forte produção no Brasil e no Vietnã, juntamente com o enfraquecimento das moedas de mercados emergentes estão mantendo os futuros sob pressão de venda. Isso está mudando, com o dólar americano se movendo para mais baixo", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou na terça-feira (18) que a produção brasileira pode totalizar neste ano 59,9 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg. Essa seria a maior produção na história do país. Os trabalhos de colheita caminham para a finalização no país.
A colheita de café da safra 2018/19 dos cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 98,27% até o dia 14 de setembro, segundo informou a entidade. Os trabalhos avançam para a finalização e tiveram um salto de mais de três pontos percentuais.
Os estoques de café verde dos Estados Unidos tiveram queda de 172,768 mil sacas de 60 kg em agosto e totalizam 6,66 milhões de sacas. Essa é terceira baixa seguida. O país norte-americano é um dos principais importadores do café brasileiro.
Mercado interno
A semana seguiu com transações isoladas no mercado brasileiro diante das quedas externas e produtores ainda em finalização de colheita. "Os negócios envolvendo café voltaram a se enfraquecer. Para o arábica, boa parte dos produtores consultados pelo Cepea está concentrada nas entregas já programadas", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 446,00 e queda de 0,89%. A maior oscilação ocorreu em Franca (SP) com alta de 1,15% e saca a R$ 440,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 420,00 e queda de 3,45%. Essa foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Araguari (MG) com queda de 3,61% e saca a R$ 400,00.
Na quinta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 406,31 e queda de 1,39%.
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José Alexandre Fróes Socorro - SP
Estamos muito bem representados, com o Sr. Nelson Carvalhaes jogando absolutamente contra a subida de preço no café. Enquanto todos os outros produtores de café do mundo estão em dificuldades, o Sr. Nelson Carvalhaes diz que no Brasil está tudo bem. Divide esse lucro que você teve nesse ano com os pequenos produtos também Sr. Nelson Carvalhaes, o que acha? Não está ótimo pra você o preço do café?
O famoso naturalista inglês, Charles Darwin (1809-1882), desenvolveu a teoria da seleção natural. Sua base é que os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência. No caso especifico, a produção da commoditie café é uma economia de livre mercado, onde o produtor é tomador de preços dos insumos e serviços para a produção e, tomador de preços do seu produto final. Ocorre que a planta café é da espécie Coffea arábica, originária da Etiópia, país localizado no chifre da África, no continente africano. O Brasil, por questões culturais tornou-se o maior produtor mundial dessa commoditie, mas como tudo é "movimento", outros países que têm condições climáticas para a produção, entraram na competição para ganhar mercado. A Colômbia usou uma estratégia diferente e, conquistou consumidores exigentes na qualidade. Recentemente o Vietnam vem conquistando o mercado, oferecendo o produto com preços mais acessíveis. Àquele que não se adaptar às condições impostas pelo mercado, não será sobrevivente a essa "nova" condição. Vivo no Norte do Paraná e, durante os anos 60/80 do século passado, era comum as lavouras de algodão ocuparem extensas áreas de plantio. Hoje não encontra um pé de algodão, nem "para remédio", pois as lavouras migraram para o Centro-Oeste e Nordeste, onde as novas tecnologias "derrubam" os custos de produção, dando condições aos produtores participarem do mercado global. Infelizmente é a realidade. Temos que nos adaptarmos constantemente, para não vivermos de "lembranças".