Café: Cotações do arábica recuam mais de 350 pts e ficam próximas de perderem patamar de US$ 1 em NY
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (20) com queda de mais de 350 pontos. Com nova pressão do dólar, o mercado atingiu os menores níveis em 12 anos com os principais vencimentos próximos de perderem o patamar de US$ 1 por libra-peso.
O vencimento setembro/18 encerrou a sessão com queda de 385 pontos, cotado a 97,35 cents/lb e o dezembro/18 registrou 101,05 cents/lb com recuo de 365 pontos. Já o contrato março/19 teve baixa de 345 pontos, a 104,50 cents/lb e o maio/19 anotou 106,90 cents/lb com desvalorização de 340 pontos.
O mercado futuro do arábica já completa a nona sessão seguida de baixa com pressão importante do câmbio e outros fatores técnicos. Apesar de o setembro/18 ficar abaixo de US$ 1, o contrato referência ainda se mantém acima desse patamar. As cotações chegaram a testar alta pela manhã.
Segundo informa a Reuters internacional, a depreciação da moeda brasileira em relação à norte-americana melhora os preços em real. Por isso, as cotações externas do café tendem a oscilar acompanhando o câmbio. O Brasil é o maior produtor e exportador do grão no mundo.
O dólar comercial fechou a sessão desta segunda-feira com alta de 1,10%, cotado a R$ 3,9577 na venda. Investidores no mercado mantiveram cautela diante divulgação da pesquisa eleitoral CNT/MDA que trouxe Geraldo Alckmin (PSDB) ainda com baixa intenção de voto.
"Qualquer candidato que mostre crescimento melhor que Alckmin vai fazer preço", afirmou para a Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Com fatores técnicos, o mercado tem ignorado os fundamentos. "Ideias de forte produção no Brasil e Vietnã estão mantendo os futuros sob pressão de venda. Produtores em ambos os países não estão vendendo, embora ocorra alguns relatos de grandes vendas no Brasil", disse em informativo o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
A consultoria Safras & Mercado divulgou na última quinta-feira (16) que os trabalhos de colheita do café no Brasil atingiram 88% até o dia 14 de agosto. No conilon, a colheita já havia sido finalizada. O avanço foi de pouco mais de cinco pontos percentuais de uma semana para a outra.
Na semana passada, até o dia 9 de agosto, a comercialização estava em cerca de 38% de uma produção estimada em 60,5 milhões de sacas, segundo a consultoria.
Mercado interno
O mercado brasileiro continua com menor ritmo de negócios em relação aos outros anos com baixos preços no país. "Como todo início de ano-safra, o mercado físico de arábica continua com bom volume de lotes ofertados e grande interesse comprador. No entanto, os preços oferecidos pelos compradores fazem muitos vendedores recuarem e impedem o fechamento de um número maior de negócios", explicou em informativo o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável), Franca (SP) (-2,17%) e Patrocínio (MG) (-1,10%), ambas com saca a R$ 450,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com baixa de 4,44% e saca a R$ 430,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 430,00 e queda de 2,27%. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 2,38% e saca a R$ 410,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Varginha (MG) com baixa de 2,41% e saca a R$ 405,00.
Na sexta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 415,24 e queda de 0,31%.
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