Café: Bolsa de Nova York esboça reação, mas fecha em baixa nesta 3ª feira pela quinta sessão seguida
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (14) com queda de cerca 100 pontos. O mercado externo do grão oscilou dos dois lados da tabela durante o dia, mas a baixa acabou prevalecendo com fatores técnicos ainda chamando a atenção dos operadores.
O vencimento setembro/18 encerrou a sessão com queda de 120 pontos, cotado a 105,05 cents/lb e o dezembro/18 registrou 108,50 cents/lb com recuo de 80 pontos. Já o março/18 anotou 111,75 cents/lb com desvalorização de 80 pontos e o maio/19, mais distante, teve baixa de 85 pontos, cotado a 114,05 cents/lb.
"Os torrefadores estão comprando, mas eles não têm por que alavancar o mercado. Os produtores estão vendendo, mas só quando eles precisam", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Essa já é a quinta sessão seguida de baixa. Depois de testar reação em parte do dia com suporte do câmbio, as cotações externas do grão voltaram a ser impactadas por rolagens de posições e outros fatores técnicos. Com isso, o mercado tem ignorado novidades recentes sobre as lavouras de café do Brasil.
"Lavouras de arábica estavam começando a mostrar estresse, devido à falta de chuva nos últimos meses. Alguma chuva foi relatado há uma semana, mas não chove desde então e há preocupações com florada precoce", explicou em relatório Scoville. Lavouras pontuais, mais novas, já apresentam florescimento precoce.
Nesta terça-feira, a Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), maior do grão no mundo, atualizou os dados de colheita, que já atinge 77,84% até a última sexta-feira (10), segundo levantamento divulgado pela entidade. Os trabalhos avançaram mais lentamente por conta das chuvas recentes no cinturão produtivo.
Em parte do dia, o mercado do arábica teve suporte do dólar, que passou a recuar nesta terça, mas acabou não impactando o fechamento. A divisa encerrou o dia com queda de 0,78%, cotada a R$ 3,8669 na venda, em correção com alívio externo. Na semana passada, a moeda estrangeira subiu mais de 4% no acumulado.
As oscilações do dólar impactam diretamente nas exportações da commodity, mas em compensação também reflete nos preços externos do grão. O Brasil é o maior produtor e exportador de café.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café registrou curtas oscilações nesta terça-feira. Produtores seguem distantes das mesas de negociação. "O volume de negócios fechados continua baixo para um início de ano - safra. Os cafeicultores, insatisfeitos com as bases oferecidas, vendem apenas o necessário para cumprir seus compromissos mais próximos", informou em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,27% e saca a R$ 430,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 440,00 e queda de 1,12%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com baixa de 2,33% e saca a R$ 420,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 437,00 – estável. A maior oscilação no dia nas praças verificadas ocorreu em Lajinha (MG) com baixa de 2,44% e saca a R$ 400,00.
Na segunda-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 427,63 e alta de 0,30%.
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