Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York recua 150 pts nesta 3ª feira e reverte ganhos recentes
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (31) com queda de mais de 150 pontos. Depois de duas altas seguidas, o mercado externo do grão realizou ajustes técnicos durante o dia. No entanto, analistas ainda não consideram o cenário como uma reversão de tendência.
O vencimento setembro/18 fechou o dia com queda de 150 pontos, a 109,90 cents/lb e o dezembro/18 anotou 113,10 cents/lb com recuo de 150 pontos. Já o contrato março/18 registrou 116,60 cents/lb com 145 pontos de desvalorização e o maio/19, mais distante, fechou a sessão com 145 pontos de baixa, a 119,00 cents/lb.
Depois de altas seguidas, o mercado do arábica testou ajuste e o vencimento referência de mercado caiu abaixo do patamar de US$ 1,10 por libra-peso. No entanto, uma reversão ainda não foi configurada. O mercado repercutia nos últimos dias as informações de tempo seco no Brasil e a possibilidade dos reflexos dessa condição para a próxima temporada.
"Lavouras de arábica no Brasil estavam começando a esboçar estresse devido à falta de chuva nos últimos meses. Tem sido um inverno seco. Os meses que antecederam o inverno também estavam secos e o tempo está afetando as árvores no momento. É muito possível que alguma produção possa ser perdida, especialmente para o próximo ano", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
A colheita do café nesta temporada continua no país. Segundo levantamento da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), os trabalhos dos cooperados alcançaram 65,12% do total até 27 de julho, ante 55,73% na semana anterior. Apesar do avanço por conta do tempo seco, a colheita segue atrasada no país.
Leia mais:
» Colheita de café da Cooxupé avança para 65,12% do total
Mapas do centro de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, mostram ainda a tendência de que mais chuvas devem chegar até áreas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil nos próximos dias. Meteorologistas alertam, no entanto, que previsões de longo prazo ainda precisam de confirmação.
Mercado interno
O mercado do café tem negócio isolados neste início de semana com produtores mais atentos aos trabalhos de colheita. "Sem nenhuma informação de peso nos fundamentos, o mercado físico de café permaneceu calmo, com os cafeicultores voltados para os trabalhos de colheita, que agora avançam bem e começam a recuperar o atraso inicial", disse em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-2,06%) e Poços de Caldas (MG) (estável), ambas com saca a R$ 475,00. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com recuo de 3,19% e saca a R$ 455,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 465,00 e alta de 2,20%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças verificadas.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável) Poços de Caldas (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (+1,14%), ambas com saca a R$ 445,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Araguari (MG) com queda de 2,22% e saca a R$ 440,00.
Na segunda-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 432,52 e queda de 0,06%.
0 comentário
Preços do café estendem alta de 3 semanas e fecham sessão desta 6ª feira (22) com ganhos de mais 4% na bolsa de Londres
Café: Mesmo nas máximas em 13 anos, preços não afastam compradores e mercado ainda é bastante resiliente
Safra de café da Colômbia 24/25 projetada em 12,9 mi sacas, diz USDA
Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas decide os vencedores de 2024
Café no varejo: vendas aumentaram 1,1% de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2023
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)