Café: Mercado em NY tem alta acumulada de 2% na semana com câmbio e frio no Brasil

Publicado em 25/05/2018 17:55

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O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com alta acumulada de 2% e retomou o patamar de US$ 1,20 por libra-peso. As cotações da variedade avançaram nos últimos dias com suporte do câmbio e informações sobre o frio no Brasil, inclusive com relatos de geadas com a safra 2018/19.

No mercado interno, apesar de recente avanço nos preços, poucos negócios aconteceram e os produtores estão mais atentos ao início dos trabalhos de colheita. (Veja mais informações abaixo)

Nesta sexta-feira (25), o vencimento julho/18 registrou 120,60 cents/lb com alta de 5 pontos e o setembro/18 anotou 122,80 cents/lb – estável. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 126,30 cents/lb e desvalorização de 5 pontos, enquanto o março/19, mais distante, fechou na estabilidade, a 129,85 cents/lb.

Entre altas e baixas, o mercado do arábica na ICE encerrou a semana com os principais vencimentos acima do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. O principal fator de suporte para as cotações foi o frio, que inclusive danificou lavouras pontuais de café. A informação gerou cobertura de vendidos na ICE.

"Áreas de cultivo no Sul de Minas Gerais registraram temperaturas bastante frias a ponto de danificar a colheita nesta semana, mas são baixos os relatos de anos. O tempo permanece seco na maior parte em áreas arábica, mas localidades de conilon receberam chuvas recentemente", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Segundo os principais institutos meteorológicos, a massa de ar polar que derrubou a temperatura no Centro-Sul do país começa a se afastar e o riso de geadas diminui nas áreas produtoras de café. O fenômeno também estava dificultando a formação de nuvens mais carregadas na maior parte do cinturão e agora as chuvas devem voltar.

O Escritório brasileiro do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou durante a semana que a produção de café no Brasil neste ano pode atingir até 60,2 milhões de sacas de 60 kg, um incremento de 18% ante a temporada anterior. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta produção de 58 milhões de sacas no país na safra 2018/19.

Paralelamente, o Rabobank, um dos principais bancos especializados em commodities, elevou sua previsão de superávit na safra 2018/19 de café para 3,8 milhões de sacas, apesar de um alerta para os crescentes riscos climáticos no Brasil e no Vietnã, maiores produtores globais. As informações são da Reuters internacional.

Além dos temores com a safra e questões mais técnicas, o câmbio também deu suporte importante ao mercado. Com atuação mais firme do Banco Central, o dólar comercial fechou a semana com queda acumulada de 1,91% ante o real. A divisa encerrou o dia com avanço de 0,55%, a R$ 3,6683 na venda. A questão cambial impacta nas exportações.

"Apesar do acordo, os caminhoneiros ainda não voltaram a trabalhar. Se voltarem, há espaço para alguma queda do dólar", afirmou para a Reuters a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, ao acrescentar que "o dólar não teria muita sustentação pra uma queda expressiva, por causa do cenário externo e política interna".

Em entrevista ao Notícas Agrícolas nesta quinta-feira, Carlos Paulino, presidente da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), disse que caminhões estão impossibilitados de entrar e sair da cooperativa. Para ele, o setor foi atingido, mas, diferente de outros ramos, os prejuízos não são maiores porque o café não é um produto perecível.

O setor de exportação de café também sente os reflexos das paralisações. "Diante do atual contexto, o CECAFÉ informa que a continuidade da greve dos caminhoneiros impacta diretamente o setor em todo o país", disse em nota o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), acrescentando possíveis prejuízos neste momento de entressafra.

Devido ao feriado Memorial Day, comemorado na próxima segunda-feira (28) nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York não irá operar e retoma os trabalhos apenas na terça-feira (29). 

Mercado interno

Os preços físicos do café arábica registraram reação nos últimos dias nas praças de comercialização do país. No entanto, o cenário de comercialização segue lento. Segundo nota do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), vendedores estão distantes das mesas de negociação e produtores aguardam valorização mais expressiva dos grãos.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com alta de 2,15% (R$ 10,00) e saca a R$ 475,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Guaxupé (MG) com saca a R$ 505,00 e desvalorização de 0,59% (-R$ 3,00).

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com desvalorização de 2,06% (-R$ 10,00) e saca a R$ 475,00. Foi o maior valor de negociação no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Araguari (MG) com queda de 4,26% (-R$ 20,00) e saca a R$ 450,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Guaxupé (MG) com saca a R$ 472,00 e recuo de 0,63% no período (-R$ 3,00).

Na quinta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,34 e alta de 0,52%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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