Por conta de relação incerta com os EUA, México procura diversificar mercado de carne bovina
A indústria de gado do México enfrenta uma luta para desenrolar sua relação de simbiose com os Estados Unidos, já que o país procura diversificar seus canais de importação e exportação.
Na quinta-feira, o secretário de Agricultura do México, José Calzada, anunciou um plano para buscar relações alternativas de exportação, pedindo para que os agricultores mexicanos saiam de sua "zona de conforto".
Neste ano, está prevista uma renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), que inclui o México, o Canadá e os Estados Unidos. O presidente dos EUA, Donald Trump, mostra certa resistência em relação ao bloco. Logo, uma desaceleração das relações comerciais entre dois países seria uma ameaça particular para as indústrias de carne bovina do país.
Em busca de novos mercados
A ameaça de barreiras comerciais está encorajando o governo mexicano a procurar alternativas.
"Nós aumentamos e aceleramos as visitas a alguns países com o objetivo de diversificar esses mercados rapidamente", disse Calzada, em entrevista coletiva.
Autoridades mexicanas já realizaram visitas de promoção comercial para a Colômbia, Argentina, Chile e também na península Arábica, mirando especificamente o potencial de vender até US$ 1 bilhão em carne halal para nações muçulmanas no Oriente Médio.
No ano passado, o México obteve certificação terceirizada para abate halal de carne bovina e aves, com planos de aumentar o número de instalações de 10 para cerca de 130 até o final do ano.
Calzada também aponta que a Rússia pode ser um possível mercado para a carne mexicana. Em troca, o México também importaria o trigo russo.
Relação de simbiose
"Os setores de gado e carne bovina nos Estados Unidos e no México têm uma história longa e de simbíose", disse o escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na Cidade do México.
O gado mexicano e seus produtos atravessam a fronteira, enquanto reprodução de gado e sêmen são importados em grandes volumes dos Estados Unidos, para melhorar a genética mexicana. Bezerros nascidos no México são então enviados para os vizinhos, para ganhar peso em confinamentos. Após o abate nos Estados Unidos, a carne é enviada de volta ao México, juntamente com o couro, que é muitas vezes retorna aos Estados Unidos na forma de produtos acabados.
Mas a ameaça representada por essa dependência está preocupando o Governo mexicano. "Embora os esforços para diversificar as importações e as exportações sejam uma tendência a longo prazo, eles se intensificaram no início de 2017", disse o USDA.
Tradução: Izadora Pimenta
0 comentário
Scot Consultoria: Alta na categoria de fêmeas em SP
Brangus repudia veto do Carrefour à carne do Mercosul
Boi tem fôlego para novas altas até o final do ano com arroba testando os R$400, alerta pecuarista
Radar Investimentos: Margens das industriais frigoríficas permanecem razoáveis
Goiás busca reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação
Scot Consultoria: Alta no mercado do boi gordo nas praças paulistas