Preço médio do diesel sobe 9,39% nas bombas em março, aponta Ticket Log
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O preço médio do diesel nos postos do Brasil subiu 9,39% em março ante o mês anterior, para 4,487 reais por litro, mostraram dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) enviados à Reuters.
Na comparação com a média registrada ao final de dezembro, o valor do combustível fóssil avançou 16,8%.
"Trata-se da quinta alta consecutiva do diesel. Desde outubro, quando o levantamento registrou o último recuo na comparação mensal, o preço médio do combustível avançou 21,82%", afirmou em nota o Head de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.
O diesel S-10, que também registra aumento nos preços desde outubro do ano passado, apresentou valor médio por litro de 4,539 reais por litro em março, após alta de 8,95% em relação a fevereiro. O combustível avançou 16,44% no trimestre.
As altas no preço do combustível nas bombas foram impulsionadas por um avanço dos preços da Petrobras --que detém quase 100% da capacidade de produção de diesel do Brasil-- nas refinarias do país.
O médio do diesel da estatal acumula alta de 36% no ano, segundo cálculos da Reuters com números divulgados pela estatal. A companhia, que não consegue atender toda a demanda brasileira com a produção doméstica, tem como política seguir a paridade de preços internacional.
TENDÊNCIA ALTISTA
Os preços do diesel seguem com tendência altista no Brasil, com pressões inflacionárias, apontou à Reuters o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Dentre os motivos, disse ele, está o edital da reguladora ANP, publicado na véspera, para o próximo leilão de biodiesel (misturado no diesel comum), que visa atender às demandas de maio e junho, que prevê preços máximos de referência entre 7,42 reais e 7,86 reais por litro, ante intervalo de 5,82 reais e 6,24 reais do leilão anterior.
Atualmente, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel no Brasil é de 13%.
Além disso, a princípio, está previsto para maio o retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel, que foi suspensa temporariamente pelo presidente Jair Bolsonaro como forma de segurar a alta dos preços e acalmar protestos de caminhoneiros que ameaçavam a realizar uma greve em fevereiro.
O forte avanço dos preços do diesel no Brasil acabou levando Bolsonaro a decidir não renovar o contrato do presidente da petroleira Roberto Castello Branco, que atualmente apenas aguarda a posse de seu sucessor para deixar o posto à frente da companhia.
PARIDADE DE IMPORTAÇÃO
Segundo a Abicom, a Petrobras manteve os preços abaixo da paridade de importação desde setembro até março, o que não permitiria que muitas companhias importassem o produto tendo margens positivas.
Mas um recente movimento de queda dos preços no exterior permitiu que os valores da Petrobras ficassem acima da paridade de importação por alguns períodos, segundo cálculos da Abicom.
No fechamento da quarta-feira, o diesel da Petrobras estava 0,03 real por litro acima da paridade de importação, segundo a associação.
(Por Marta Nogueira)
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