INTL FCStone: Demanda e renumeração incentivam produção de etanol
A média de vendas de etanol hidratado das últimas quatro semanas apontou remuneração 12,5% melhor na comparação com a exportação de açúcar VHP para as usinas do estado de São Paulo, um incentivo forte à produção do biocombustível. Segundo cálculos da INTL FCStone, 62,9% da safra 2019/20 de cana-de-açúcar no Centro-Sul deve ser destinada à destilação de etanol, enquanto apenas 37,1% seria direcionada à produção de açúcar – proporção que representa 1,9 ponto percentual a mais do que em 2018/19, mas que é, entretanto, o segundo menor nível desde a safra 1997/98.
Esse cenário é resultado de movimento diverso entre o açúcar e o petróleo. Considerando os contratos contínuos na ICE, nota-se uma queda de cerca de 7% no primeiro e uma alta equivalente no segundo desde nossa última estimativa. “Analisando as primeiras telas desde o começo do ano, verifica-se queda de 5% no açúcar enquanto o petróleo avançou mais de 35%”, aponta o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho.
Nesse contexto de movimento diverso entre as duas commodities, que influencia diretamente o destino da cana, a INTL FCStone projeta produção de etanol de cana-de-açúcar em 29,1 milhões de m³, 3,5% abaixo de 2018/19. Deste total, 19,8 milhões de m³ (-7,0%) se referem a hidratado e 9,4 milhões de m³ a anidro (+5,0%).
Com o aumento na produção esperada de etanol em relação à estimativa divulgada em março, a consultoria elevou também a participação do hidratado, uma vez que a maior oferta deve tornar o biocombustível mais competitivo em relação à gasolina C nos postos, limitando a procura por anidro.
Já a fabricação de açúcar deve alcançar 27,8 milhões de toneladas, 4,7% acima do mesmo período na safra passada, mas ainda assim o segundo menor patamar em mais de 10 anos, desde a safra 1997/98.
Segundo a revisão de maio da INTL FCStone, após atrasos na maioria das regiões produtoras devido às chuvas intensas no começo de abril, a safra 2019/20 deve processar 574,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, avanço de 0,2% na comparação com o ciclo anterior.
“As precipitações no começo de abril, que se estenderam até a primeira quinzena de maio, devem ter impactos significativamente positivos sobre o desenvolvimento dos canaviais, e negativos sobre a concentração de açúcares na cana”, resume o analista de mercado, João Paulo Botelho.
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