FS Bioenergia terá mais 3 usinas de etanol de milho em MT; ao todo, serão 5
SÃO PAULO (Reuters) - A FS Bioenergia anunciou nesta quarta-feira a implantação de mais três usinas de etanol de milho em Mato Grosso, com previsão de que as obras de uma delas, em Nova Mutum, com investimentos de 1 bilhão de reais, comecem no início de maio.
A nova instalação da empresa terá capacidade para produção anual de 530 milhões de litros de etanol, 340 mil toneladas de farelo de milho, 17 mil toneladas de óleo de milho e cogeração de energia elétrica de 130 mil megawatts, suficiente para abastecer uma cidade de até 55 mil habitantes, segundo comunicado da FS Bioenergia.
A unidade em Nova Mutum terá capacidade para armazenagem de 400 mil toneladas de milho e moagem de 1,3 milhão de toneladas do grão ao ano.
Somada às usinas em Lucas do Rio Verde e Sorriso, também em Mato Grosso, a unidade de Nova Mutum levará a capacidade produtiva anual da companhia para acima de 1,6 bilhão de litros de etanol, 1 milhão de toneladas de farelo de milho e 51 mil toneladas de óleo de milho.
O anúncio da FS Bioenergia, empresa da Tapajós Participações S/A e Summit Agricultural Group, sediado nos EUA, foi feito em momento em que a demanda por etanol está forte no Brasil, tendo disparado no ano passado com a forte competitividade frente à gasolina, cujos preços vêm sendo sustentados pela cotação do petróleo.
Segundo estimativas da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a produção do biocombustível à base do cereal terá aumento de 64 por cento em 2019 em relação a 2018.
As outras duas plantas da FS Bioenergia serão erguidas nos municípios mato-grossenses de Campo Novo do Parecis e Primavera do Leste, repetindo os modelos de construção estabelecidos no Estado, disse a empresa, pioneira na produção de etanol inteiramente à base de milho no Brasil.
"Estamos extremamente satisfeitos com a evolução do cenário nacional para os produtos que oferecemos desde que iniciamos as atividades, em agosto de 2017. A nossa planta em Lucas do Rio Verde, cuja obra de ampliação foi finalizada recentemente, tem apresentado excelentes resultados e, por isso servirá de modelo para nossa expansão", disse em nota o CEO da FS Bioenergia, Rafael Abud.
Segundo a companhia, os projetos para Campo Novo do Parecis e Primavera do Leste ganharão andamento no primeiro semestre de 2020, depois que as operações da unidade em Sorriso estiverem consolidadas.
Quando concluídas, as cinco usinas somarão capacidade produtiva de 2,6 bilhões de litros de etanol ao ano, "alçando a FS Bioenergia a uma das três maiores empresas de etanol do país".
A empresa centraliza suas operações em Mato Grosso porque o Estado está no principal eixo produtor do cereal no país, o que garante fácil acesso à matéria-prima, integralmente aproveitada em todos os processos produtivos, como para fabricação dos DDGs (grãos secos de destilaria), um subproduto de usinas de etanol de milho utilizados para a alimentação animal.
"Já temos diversos parceiros de negócios nas áreas de DDG e fomento florestal em Nova Mutum e vamos buscar ampliar as parcerias para as regiões de Campo Novo do Parecis e Primavera do Leste", destacou Abud.
O etanol de milho produzido em Mato Grosso, além de ampliar a oferta do biocombustível no Centro-Oeste do Brasil, também deverá elevar a concorrência para o produto dos Estados Unidos, que costuma entrar no país pelo Norte e Nordeste.
(Por Roberto Samora)
Ministra diz que decreto vai recompor subsídio para agronegócio em energia
BRASÍLIA (Reuters) - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o governo federal já tem pronto decreto que irá recompor subsídios do agronegócio em energia, após medida assinada nos últimos dias da gestão anterior ter estabelecido um corte gradual do incentivo ao longo dos próximos cinco anos a partir de 2019.
"Já está assinado, por mim há mais de duas semanas, pelo ministro (de Minas e Energia) Bento (Albuquerque). Devido à agenda complicada do ministro (da Economia) Paulo Guedes, eu soube que ele assinou ontem, já está na mesa do presidente da República, assim que ele chegar ao Brasil, ele vai assinar e vai para o Diário Oficial", disse ela nesta quarta-feira.
"Volta o que era antes, na verdade não tem inovação", acrescentou a ministra, ao falar com jornalistas em Brasília, sem detalhar.
A decisão mostra a força do setor agropecuário, que tem uma das maiores bancadas no Congresso Nacional, em momento em que o governo negocia a aprovação da reforma da Previdência.
O corte gradual em subsídios concedidos ao agronegócio nas tarifas de energia foi decretado na gestão de Michel Temer e pelo então ministro de Minas e Energia Moreira Franco, mas sofreu forte oposição de parlamentares ligados ao setor, que apresentaram diversas propostas legislativa para cancelar a medida.
Após o movimento no Congresso, o Ministério de Minas e Energia disse que o assunto seria estudado junto às pastas de Agricultura, Economia, do Desenvolvimento Regional e da Casa Civil.
O decreto de Temer previa reduzir em 20 por cento ao ano os descontos dados a agricultores e irrigantes nas contas de luz, o que extinguiria o benefício em cinco anos. A medida também atingiu empresas de água e esgoto.
Em 2017, esses descontos tarifários representaram 2,6 bilhões de reais em subsídio a clientes rurais e mais 780 milhões de reais para consumidores que fazem uso de irrigação.
Os subsídios presentes nas contas de luz, que têm os custos bancados por todos os consumidores, são apontados por especialistas como uma das principais causas para o forte aumento das tarifas de energia no Brasil na última década.
Esses benefícios, que incluem também descontos para clientes de baixa renda e até incentivos ao carvão mineral, devem demandar um total de 20,2 bilhões de reais em 2019, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O atual ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, chegou a dizer ao assumir o cargo que sua gestão iria "buscar a redução de encargos e subsídios que hoje representam significativa parcela do preço ao consumidor final".
(Por Jake Spring)
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