Petróleo deve dar competitividade ao etanol apesar da pressão da safra nos preços
O barril do petróleo Brent alcançou mais de US$ 69 na praça de Londres nesta segunda, chegando a máximas de 2019, cotado pela forte queda da produção dos países produtores. Somado ao dólar no Brasil, que em março passou de 4% de alta, a competitividade do etanol na bomba passa a ser promissora, com o repasse que a Petrobras fará à gasolina.
Apesar de a tendência do hidratado é sofrer influência de baixa com a safra iniciando – na semana de 25 a 29, o Cepea/Esalq registrou perda de 7,66%, com o litro na usina em torno R$ 1,6332 -, o volume esperado de consumo deverá ser compensador. As vendas foram recordes nos dois primeiros meses do ano e março também deverá ter a mesma confirmação pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
A Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) cortou quase 300 mil barris/dia entre fevereiro e março e ajudou entregar os futuros em Nova York em ascensão. No primeiro dia de março, o West Texas Intermediate (WTI) fechou em mais 2,71, a US$ 61,77, vindo de alta também da sexta. E segue em alta nesta manhã, acima dos US$ 62, alinhado ao Brent, em pequeno recuo pouco acima dos US$ 68.
Com a queda dos estoques americanos, já conhecido há dias e sob novo escrutínio que deverá se conhecido hoje do Instituto Americano de Petróleo - e com possibilidade de referendar recuo de mais de 1 milhão de barris -, mais a pressão que a Arábia Saudita exerce sobre a manutenção do declínio da produção, sob apoio da Rússia, o potencial para o barril permanece. A Venezuela cada vez mais fora das vendas, seja pelo sucateamento das operações e pela pressão dos Estados Unidos sobre os compradores, amplia o potencial de alta.
A safra que está se iniciando no Centro-Sul, com menos usinas em operação (27, contra 50 da primeira quinzena de abril de 2018) devido ao prejuízo que a cana precoce sofreu com o veranico de dezembro e janeiro, “será devagar, mas os estoques de etanol estão entre 10 e 15 dias”, de acordo com Willian Orzari Hernandez, da FG/Agro, contra a folga mais estreita, 7/8 dias, no mesmo período do ano passado.
O mix este ano promete manter a dianteira do etanol, apesar de leve redução entre 1,5 a 2 bilhões de litros, enquanto se mantém a expectativa de as usinas de Goiás para baixo aumentarem entre 1,5 a 2 milhões de toneladas a produção de açúcar.
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