Consumo de etanol hidratado dispara em 2018 e tem recorde; gasolina perde mercado, diz Unica
SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de etanol hidratado, o tipo de biocombustível que compete com a gasolina nos postos do Brasil, alcançou 19,38 bilhões de litros em 2018, 42 por cento mais que em 2017 e o maior volume anual já registrado, informou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nesta terça-feira.
A entidade disse que uma diferença maior de preço entre o etanol e a gasolina, favorecendo o biocombustível, impulsionou a demanda pelo renovável no ano passado.
A associação destacou que a participação do etanol no mercado de veículos leves cresceu para 46 por em 2018, considerando-se também as vendas de anidro, misturado à gasolina, no maior percentual desde 2009. A demanda por gasolina caiu 13 por cento no ano passado em comparação a 2017.
As usinas de cana-de-açúcar mudaram muito para a produção de etanol em 2018, uma vez que o combustível proporcionou maiores retornos financeiros frente à produção de açúcar, já que os preços do adoçante atingiram uma mínima em 10 anos na Bolsa de Nova York no segundo semestre de 2018 em meio à ampla oferta.
Mas não está claro como o setor vai se comportar na nova temporada que começa em abril, já que os preços da gasolina caíram no Brasil desde o pico de 2,25 reais por litro visto em setembro. O preço atual nas refinarias da Petrobras é de cerca de 1,50 real por litro, 33 por cento abaixo desse pico.
A consultoria de açúcar e etanol Datagro disse nesta terça-feira que os preços da Petrobras estão atualmente 5,6 por cento abaixo da paridade de importação da gasolina, indicando um movimento agressivo da estatal brasileira enquanto tenta recuperar sua participação de mercado.
A Unica avalia que a demanda por etanol continuará forte neste ano, já que os preços do açúcar ainda estão em torno de 12 centavos de dólar por libra-peso em Nova York.
Abras vê crescimento de 3% em vendas de supermercados do Brasil em 2019
ÃO PAULO (Reuters) - As vendas de supermercados no Brasil devem aumentar 3 por cento em 2019, após alta de 2,07 por cento no ano passado, informou nesta terça-feira a entidade que representa o setor, Abras.
A expectativa de aceleração do crescimento leva em conta as medidas econômicas já anunciadas pelo novo governo, incluindo controle de gastos, simplificação de impostos e desestatização do mercado de crédito, segundo o presidente da associação, João Sanzovo Neto.
Ele ressaltou que o aumento de 2,07 por cento das vendas do setor em 2018 ficou aquém do desempenho esperado pela Abras, em razão da greve dos caminhoneiros e das incertezas com a disputa eleitoral.
"Mesmo assim, crescer 2 por cento nesse cenário é muito positivo, e foi nosso melhor resultado desde 2015”, comentou Sanzovo em nota à imprensa.
Só em dezembro, as vendas do setor tiveram alta real de 21,13 por cento sobre novembro e de 3,93 por cento ante o mesmo mês de 2017, mostrou o levantamento.
Ainda conforme a pesquisa, a cesta de produtos Abrasmercado encareceu 0,92 por cento em dezembro na comparação mensal e de 3,72 por cento ano a ano, para 465,71 reais. Entre os produtos, cebola, batata, feijão e carne traseiro foram os que tiveram maior valorização ante novembro, enquanto farinha de mandioca, massa sêmola de espaguete, desinfetante e shampoo registraram as maiores quedas.
Governo de SP reduz ICMS sobre combustível de aviação de 25% para 12%
SÃO PAULO (Reuters) - O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta terça-feira a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o combustível dos aviação, de 25 para 12 por cento, em voos domésticos.
A medida entra em vigor a partir de abril.
Como contrapartida, as companhias aéreas se comprometeram a criar 490 voos semanais adicionais em 70 novas rotas no prazo de até 180 dias. Os novos destinos serão anunciados após estudos técnicos conjuntos entre governo e companhias
Segundo o governo paulista, a medida resultará numa perda de arrecadação de cerca de 205 milhões de reais neste ano. Contudo, o impacto econômico com a oferta adicional de voos, incluindo a criação de 59 mil empregos, é de ao menos 316 milhões de reais.
A redução do imposto é uma demanda antiga do setor, segundo o qual o combustível representa cerca de 40 por cento do custo operacional total das empresas.
De acordo com o governador de São Paulo, João Doria, a redução do ICMS deve também aumentar a competição no setor, incentivando a queda dos preços das passagens.
"A expectativa concreta é que haja uma redução pontual de custos em certos destinos e certos períodos."
Como consequência, as ações de companhia aéreas nacionais listadas na bolsa paulista estendiam os ganhos da véspera. Às 15:07, a ação da Gol subia 2,08 por cento, enquanto a da Azul tinha valorização de 0,84 por cento. No mesmo momento, o Ibovespa recuava 0,91 por cento.
Segundo a Abear, a medida do governo paulista deve elevar o número de cidades do Estado atendidas pelo transporte aéreo, de sete para 13, uma vez que as companhias aéreas assumiram o compromisso de atender seis novos destinos dentro do Estado e criar mais 64 voos nacionais.
"Será o equivalente a 490 partidas semanais que deverão ser iniciadas em até 180 dias, após a sua formalização pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)", disse a Abear em comunicado.
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