Com sustentabilidade e tecnologia, Brasil pode se manter como líder no fornecimento de algodão para o mundo
O Brasil alcançou um marco histórico no setor algodoeiro, em 2024. Pela primeira vez, se tornou o maior exportador mundial de algodão, superando a tradição do mercado norte-americano. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na safra 2023/24 o país deve colher cerca de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) e as exportações alcançarão cerca de 2,6 milhões de toneladas.
Nessa trajetória de sucesso, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) vem buscando novas pesquisas, ajudando e aprimorando nas tomadas de decisões com um time de profissionais capacitados para auxiliar nas orientações de manejo, que visam um cultivo mais sustentável, atuando sempre na busca pela inovação e soluções tecnológicas para auxiliar no controle das principais pragas e doenças do algodão durante a safra.
A liderança da fibra brasileira na exportação foi pauta do painel "Desafios, oportunidades e futuro da cotonicultura brasileira" que abriu o XVI Encontro Técnico do Algodão, promovido pela Fundação MT.
A colheita começa a acelerar no Brasil, mas cerca de 60% da produção já foi comercializada. O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero apresentou os fatores que contribuem para os números expressivos da produção nacional de algodão.
"Essa conquista se deve a um trabalho de 25 anos e de dedicação em trazer as melhores tecnologias que existem no mundo. Qualidade, rastreabilidade e o mais importante, uma garantia de que o algodão que o Brasil produz, exportado pro mundo todo, é sustentável", afirmou.
Cenário atual, novas tecnologias, inovação, sustentabilidade e rastreabilidade do algodão também foram debatidos no painel. O economista e sociólogo Marcos Troyjo pontuou que os patamares da exportação brasileira devem continuar ainda bastante elevados.
“O Brasil ter se tornado o maior exportador mundial de algodão é razão de muito orgulho. O ESG chega como um novo desafio, ou seja, os temas ambientais, sociais e de governança. Toda essa agenda ecológica, vai continuar no centro do palco e cada vez mais vai ganhar relevância. E isso é ponto positivo, como por exemplo, o aumento na demanda de treinamento da força de trabalho, de aprimoramento de capital humano, que irá suprir a ausência de mão de obra nas produções”, destacou.
Para o cotonicultor Samuel Locks, entre os desafios da produção, a falta de mão de obra qualificada é um dos grandes entraves na propriedade. Ele também comentou como vê o futuro da produção do algodão no Brasil.
"Apesar do produtor brasileiro ser o mais eficiente do mundo, e produzir o dobro do que a média do produtor americano, eu vejo que ainda tem muito espaço para a gente melhorar, para ganhar mais eficiência, com uso de tecnologias. A grande demanda de produção exige investimentos em inovações”, pontuou.
Encontro Técnico do Algodão
A abertura do evento trouxe o anúncio da renovação de membros atuantes no conselho curador da Fundação MT. Romão Viana, é o novo diretor presidente da Fundação e agradeceu a presença de todos os participantes, reforçando o compromisso da instituição com a imparcialidade e credibilidade dos resultados.
Realizado em Cuiabá, entre os dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto, o encontro reúne experientes pesquisadores da Fundação MT e profissionais que são referência na cotonicultura brasileira.
"Cultivando o futuro" é o tema que norteia a programação dos três dias do encontro. O objetivo é disseminar dados de pesquisa, apresentar o posicionamento da Fundação MT, promover diálogos sobre os gargalos da cotonicultura, debater aspectos da última safra e planejar a próxima temporada em campo.
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