Produtores se preparam para a colheita da safra 2024/25 com foco na volatilidade do mercado e na maximização da rentabilidade
Reportagem realizada com o apoio da
Ao longo do ano, o preço da soja registrou quedas significativas na Bolsa de Chicago (CBOT), obrigando os produtores rurais a ajustarem suas estratégias. No início do ano, os preços da commodity flutuavam entre US$12 e US$13 por bushel, enquanto, no final do ano, os principais contratos passaram a ser negociados abaixo de US$10. Em contrapartida, a variação cambial no Brasil seguiu caminho inverso, com o dólar saindo de cerca de R$4,80 em janeiro para mais de R$6,10 em dezembro.
Essa dinâmica compensou parte da queda dos preços internacionais e favoreceu o mercado físico nacional, onde os valores internos superaram os internacionais ao longo do ano. "Em 2024, o preço da soja caiu cerca de 21% em Chicago, mas a variação cambial no Brasil, que aumentou em torno de 24%, neutralizou esse impacto. Com base no indicador CEPEA para o Paraná, a soja vendida no mercado físico apresentou um acréscimo de aproximadamente 27% no valor final", explica Carlos Cogo, consultor da Cogo Inteligência em Agronegócio.
No último trimestre do ano, o mercado interno de soja foi impulsionado pela valorização dos derivados, como óleo e farelo, que alcançaram preços elevados em determinados momentos. Contudo, na reta final do ano, as negociações esfriaram. Muitos produtores com estoque da safra 2023/24 optaram por uma postura mais cautelosa, aguardando o início da nova safra para ajustar suas estratégias.
“Os últimos dias têm sido marcados por lentidão nas negociações, e os preços começaram a recuar. Tivemos momentos de descolamento nos valores, principalmente devido à baixa disponibilidade no país. No entanto, os preparativos para a colheita já estão em andamento, com início previsto para meados de janeiro no Paraná. Ainda há alguma soja remanescente no Sul, em grande parte armazenada nas cooperativas, que desempenham um papel importante na comercialização da região,” explica Luiz Fernando Gutierrez Roque, Coordenador de Inteligência de Mercado na HedgePoint.
O ritmo da colheita será decisivo para o Farmer Selling, a participação ativa dos produtores nas vendas de grãos. Esse período é estratégico, já que os agricultores estarão atentos ao fechamento do ano fiscal agrícola, logo após a colheita. Com o dólar em alta e os juros elevados, será essencial observar os melhores momentos para negociar a produção.
“Em momentos decisivos e desafiadores, o produtor rural precisa se garantir em escala, pois uma boa produtividade assegura maior segurança e competitividade nas negociações e formação de preço médio. A escolha da cultivar ideal, que proporcione alto teto produtivo aliado com estabilidade é essencial para garantir essa segurança. Além disso, adotar tecnologias que permitam maior eficiência produtiva, é indispensável. Nesse ponto, nosso portfólio oferece cultivares com características fisiológicas, sanitárias e fenotípicas que, nas condições climáticas ideais, proporcionam altas produtividades que, em casos de alta implementação de tecnologia e manejo, podem superar tetos de 100 sacas por hectare,” afirma João Paulo Schechtel, Líder de Marketing Campo Sul da Golden Harvest.
Curiosidades sobre a soja: CBOT
A CBOT (Chicago Board of Trade) é uma das bolsas de commodities mais antigas e influentes do mundo, fundada em 1848 em Chicago, nos Estados Unidos. Criada inicialmente para centralizar as transações de grãos em um período de expansão agrícola no país, a CBOT introduziu os contratos futuros, oferecendo estabilidade de preços para agricultores e compradores e tornando-se referência global no setor.
Com o tempo, a bolsa expandiu suas operações para incluir uma gama maior de commodities e produtos financeiros, consolidando sua importância no mercado internacional. No Brasil, a CBOT desempenha um papel crucial como base de referência para preços de soja e milho. A integração com a CME (Chicago Mercantile Exchange), em 2007, conectou ainda mais os mercados globais, reforçando sua influência no agronegócio e na economia mundial.
No contexto brasileiro, a CBOT é particularmente relevante para o agronegócio, especialmente na soja e no milho, principais produtos de exportação. Fatores como a safra americana, a demanda chinesa e as condições climáticas globais afetam diretamente os preços na bolsa e, consequentemente, as negociações no mercado físico nacional. A variação cambial no Brasil também tem impacto significativo, podendo compensar ou intensificar os reflexos das cotações internacionais na rentabilidade dos produtores.
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