Soja 2024/25: Colheita começa tímida em áreas irrigadas de MT; atenções estão sobre clima e preços
A colheita da soja 2024/25 começou! Embora com números ainda bastante tímidas e apenas em áreas de pivô - como tradicionalmente acontece - os trabalhos para começar a retirar esta safra do campo já foram iniciados na região de Querência, em Mato Grosso, maior estado produtor da oleaginosa no Brasil.
Segundo especialistas, aos poucos os relatos de colheita em áreas de pivô, com variedades mais precoces, tendem a se intensificar, bem como em áreas de sequeiro a partir do começo de 2025, entre o final de janeiro e início de fevereiro, se estendendo além dos solos mato-grossenses.
O estado deverá colher uma produção de 44,04 milhões de toneladas, 12,78% maior do que a anterior, com uma produtividade média esperada de 57,97 sacas por hectare, registrando um incremento - se confirmada - de 11,15% na comparação com 2023/24. A área semeada com soja em Mato Grosso foi de 12,66 milhões de hectares, 1,5% maior em relação ao ano anterior.
"O início da semeadura de soja no estado foi marcado por um atraso nas chuvas, resultando em um ritmo lento no começo. As atividades só se intensificaram na segunda quinzena de out/24, quando as precipitações se normalizaram e, em duas semanas, mais de 50% da área foi semeada. Isso pode ser um ponto de atenção na hora da colheita. Além disso, até o momento, as lavouras de soja têm apresentado condições dentro do esperado", informa o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) em seu boletim semanal.
Dessa forma, as atenções se dão agora aos mapas climáticos. Os produtores estão atentos às chuvas que poderão se intensificar durante o momento pleno de colheita, bem como as condições climáticas que podem também favorecer o aparecimento de doenças fúngicas, ou as doenças de final de ciclo com o excesso de chuvas e as temperaturas altas.
"As chuvas persistentes e volumosas no Brasil central, que podem provocar períodos de invernada sobre áreas produtoras entre Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, com chuvas duradouras e volumosas, pode impactar negativamente o desenvolvimento das lavouras, retardando um pouco o ciclo e trazendo o aumento para a proliferação de doenças fúngicas. Enquanto isso, nas áreas mais ao sul do Brasil se espera chuvas mais espaçadas ao longo dos próximos períodos", informou a Climatempo.
COMERCIALIZAÇÃO NO MT
Ainda de acordo com números do Imea, o Mato Grosso já comercializou 41,09% da safra 2024/25 de soja até novembro, "com avanço de 3,85 p.p. em comparação à safra passada, o que reflete um cenário otimista para a produção na temporada".
Analistas e consultores de mercado afirmam que este é um volume baixo considerando o registrado em anos anteriores e que é importante que os sojicultores repensem sua exposição ao risco, principalmente porque o "custo do carrego" desta soja será mais alto este ano.
Há projeções de que a Selic, a taxa básica de juros, possa alcançar os 15% no ano que vem. "A conta chegou e vamos ter que pagar, carregar soja está bem mais caro, contas vão estar mais caras. O produtor não pode fazer uma "gestão de torcida", como foi em 2023, por exemplo, muitos negócios onde o produtor pegou dinheiro emprestado, adiou contas, não rentabilizou o dinheiro e a soja não subiu o necessário para remunerar isso tudo", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
0 comentário
Após semana de intensa volatilidade e mínimas em anos, soja fecha 6ª com mais de 1% de alta em Chicago
Itaú BBA vê exportações recordes de soja do Brasil em 2025 e fretes em alta
Farelo de soja sobe quase 3% em Chicago e dá força à recuperação dos preços do grão nesta 6ª
Hedgepoint atualiza complexo de soja e óleo de palma
Após atraso no plantio, chuvas chegaram para contribuir com o desenvolvimento da soja em Boa Esperança do Sul (SP)
Soja sobe na Bolsa de Chicago nesta 6ª e continua movimento de ajuste após últimas baixas