Itália quer mudanças nas seções de agricultura do acordo comercial UE-Mercosul, diz ministro
BRUXELAS (Reuters) - A Itália quer mudanças nas seções agrícolas do projeto de acordo comercial União Europeia-Mercosul com os países sul-americanos, disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, nesta quarta-feira.
O rascunho de acordo comercial, que data de 2019, visa estabelecer cotas de importação para a UE de determinados produtos agrícolas a partir dos países do Mercosul, incluindo Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, sem taxas ou com taxas de importação reduzidas.
No entanto, os agricultores da UE, especialmente os franceses, têm protestado contra o acordo, que, segundo eles, aumentará os problemas que já enfrentam com importações baratas, regulamentações onerosas e renda reduzida.
"Somos a favor do acordo com o Mercosul, mas precisamos corrigir alguns pontos sobre questões agrícolas", disse Tajani, segundo a agência de notícias italiana ANSA, à margem de uma reunião ministerial da Otan em Bruxelas.
"Estamos trabalhando para tentar alcançar esse objetivo porque, no que diz respeito à política industrial, estamos indo na direção certa."
O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, disse no mês passado que o rascunho era "inaceitável" e pediu que os países do Mercosul cumpram os mesmos regulamentos da UE em termos de respeito aos direitos dos trabalhadores e ao meio ambiente.
O acordo comercial do Mercosul é apoiado pela maioria dos países sul-americanos e está sendo defendido por Alemanha e Espanha.
O bloco do Mercosul se reunirá no Uruguai na quinta-feira, aumentando a perspectiva de que poderia usar o evento para fechar o tão adiado acordo comercial com a UE, depois de negociações de última hora para que o acordo seja concluído.
(Reportagem de Giselda Vagnoni)
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