Trump ameaça China pelo Twitter e fortalece prêmios da soja no mercado do Brasil
"Nós estamos indo muito bem nas negociações com a China. Enquanto eu tenho certeza de que eles iriam amar estar negociando com outra administração para que pudessem continuar "roubando os EUA" (US$ 600 bilhões de dólares por ano), mas 16 meses é muito tempo para causar uma "hemorragia" em empregos e empresas a longo prazo.
Assim, pense o que acontece com a China quando eu ganhar. O acordo será MUITO MAIS DURO! E neste meio tempo, a cadeia de suprimentos da China terá sucumbido e os negócios, empregos e dinheiro terão ido embora!
Para todos estes 'gênios' por aí, muitos que estiveram em outros governos e que 'estiveram ao lado' da China, que querem que esteja junto da União Europeia e outros depois das práticas da China, lembrem-se. A União Europeia e todas as outras ameaças injustas ao nosso comércio vão mudar".
Essa foi a nova ameaça do presidente americano Donald Trump à China, pelo Twitter, feita nesta terça-feira (3). Trump referia-se a um acordo mais duro com os chineses, principalmente, se for reeleito em 2020 nos EUA. E os tweets chegam em um momento em que a delegação chinesa se esforça para alcançar, na agenda, um espaço para uma nova reunião com a equipe norte-americana. Um possível encontro estaria pré-acordado para acontecer ainda em setembro.
No último domingo, 1º de setembro, uma nova rodada de tarifas americanas entraram em vigor sobre US$ 100 bilhões em produtos chinesas, dando início a uma nova fase da guerra comercial eu já caminha para completar dois anos. Enquanto isso, as preocupações com as economias norte-americana e chinesa - as duas maiores do mundo - só crescem, criando temores ainda mais sérios para a economia global.
Ainda nesta terça-feira, afinal, uma série de dados sobre a economia mostrou que a trajetória dos EUA não é tão forte como Trump insiste em retratar. Além disso, segundo especialistas, as novas tarifas do país sobre a China são ainda mais perigosas desta vez uma vez que podem impactar diretamente o consumo no país.
"O novo imposto de 15% dos EUA sobre cerca de US$ 112 bilhões em produtos chineses atingirá os americanos mais diretamente do que o imposto existente de 25% sobre cerca de US$ 250 bilhões em mercadorias, visando produtos básicos de consumo, que variam de calçados e roupas a utensílios domésticos e pessoais, bem como produtos de tecnologia como o Apple Watch. Um lote separado de cerca de US$ 160 bilhões em produtos chineses - incluindo laptops e celulares - será atingido com tarifas de 15% em 15 de dezembro", resume a agência de notícias Bloomberg.
A declaração do presidente Trump fez com que as ações voltassem a recuar nos EUA nesta terça-feira, levando o mercado financeiro a mais um dia negativo e de aversão ao risco.
"As pessoas se sentiram melhor na semana passada porque havia uma comunicação verbal muito melhor, com bons comentários vindos dos EUA e de fra. Mas ações falam mais alto do que palavras e em nenhum dos dois lados há projeções de quando essas tarifas serão retiradas", diz um executivo norte-americano à agência internacional de notícias. Há uma 'desconfiança' grande, portanto, neste momento, vinda de ambos os lados e um acordo se mostra cada vez mais distante.
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Dessa forma, o dia é negativo também para as commodities de uma forma geral. No início da tarde desta terça-feira, os grãos perdiam mais de 2% na Bolsa de Chicago, enquanto para a soja, as perdas eram um pouco mais leves, de quase 0,5%. Seus fundamentos, afinal, conseguem trazer um equilíbrio um pouco mais consistente para seu mercado.
Na Bolsa de Nova York, as baixas eram lideradas pelo coafé, com perdas de mais de 1% entre os futuros do arábica, enquanto o algodão recuava pouco mais de 0,5%. Entre os futuros do petróleo, as baixas se aproximavam dos 3% entre os contratos mais negociados.
NO BRASIL, PRÊMIOS DA SOJA EM ALTA
No Brasil, a pressão sobre os preços da soja na Bolsa de Chicago tem sido consideravelmente compensada pela boa concentração da demanda chinesa, principalmente, por soja, o que fortalece também os prêmios pagos à oleaginosa brasileira. Os valores praticados no disponível passam de 140 pontos nas principais posições de entrega, com os vendedores pedindo até mesmos valores mais altos do que estes.
De acordo com informações apuradas pela Brandalizze Consulting, os vendedores buscam alcançar prêmios na casa de 180 cents de dólar para entrega nos meses de setembro a dezembro. Para negócios já com entrega entre janeiro e fevereiro, onde as referências de prêmios dos compradores são de 70 a 80 pontos, os compradores já pedem 150.
"O ritmo dos embarques continua fluindo forte e até mesmo acima das expectativas. Com grandes volumes negociados no mês de agosto para serem embarcados entre setembro e novembro que devem seguir, embarcando em bom ritmo", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado. E o saldo exportável de produto ainda disponível do Brasil é bastante ajustado, o que poderia promover uma escassez no final do ano. A demanda interna, afinal, também se mostra bastante aquecida e a disputa entre indústria e importadores deverá ser cada vez mais acirrada.
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E a soja não é a única beneficiada. O embaixador chinês Yang Wanming, nesta segunda-feira (2), durante uma reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), deixou bastante claro que a nação asiática quer ampliar a pauta importadora de produtos agrícolas no Brasil e fortalecer as relações comerciais entre os dois países. Frutas, lácteos e aves, além da carne bovina, são alguns desses produtos com enorme potencial de consumo pelos chineses.
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