EUA: Fotos e vídeos mostram os desafios dos produtores em seguir com a safra 2019/20
A vista da cabine das plantadeiras da maior parte dos americanos que não consegue evoluir com seus trabalhos de campo nos Estados Unidos. Chuva, campos muito saturados pela umidade, dificuldades e decisões a tomar. Alguns deram início ao plantio somente esta semana frente a uma pequena janela que se abriu em alguns estados produtores neste últimos dias. Afinal, as previsões são de que as chuvas voltem, novamente fortes, a partir desta quarta-feira ao Corn Belt.
Foto de Kenneth Kuhlman, no Twitter - Creighton, Nebraska
O analista internacional Matthew Pot, autor do reporte Grain Perspectives, traz um mapa mostrando as previsões para os próximos sete dias cruzadas com os percentuais de plantio de milho em cada estado. O país conta com apenas 67% da área semeada com o cereal contra a méida de 96% das últimas cinco temporadas.
Illinois, Indiana, Missouri, Ohio e Arkansas são alguns dos estados que podem receber acumulados de mais de 75 mm de chuvas de 4 a 11 de junho. Iowa, Nebraska, Oklahoma, o Kansas e as Dakotas podem registrar chuvas de mais de 50 mm, de acordo com as últimas informações do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano.
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Do alto, se observa milhares de hectares sem ser plantados diante da apertada janela que o plantio da safra 2019/20 registrou. Há apenas cinco estados onde ainda é possível semear o milho dentro do período adequado. A soja ainda conta com algumas semanas.
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As fotos e vídeos a seguir ilustram os desafios que os agricultores americanos vêm diariamente enfrentando nesta temporada. Máquinas atoladas, insumos perdidos, necessidade de replantio, atraso na germinação e condições nada adequadas para o arranque inicial das lavouras.
Na foto de Chris Fischer, no Twitter, sua legenda foi: "Nos perdoe por lhe colocar nesta situação. Mas, por favor...se esforce, se esforce"
"Eu vim, eu tentei, eu falhei. Realmente surpreso sobre como as condições estão muito ruins, e falo isso sobre um dos meus campos mais secos", disse Brian Petty - Alexandria, Indiana
"É como se estivessemos tentando plantar sobre um lago! O período para o plantio irá logo se encerrar no mesmo tempo em que os produtores continuarão frustrados com essas condições de extrema saturação".
Ed Brummels, no Twitter - Nebraska
Foto de Mr. Kochia,no Twitter - Oklahoma
No relato de Tyler Linneman, 25 mil acres foram inundados em 36 horas nas proximidades do rio Missouri
No vídeo a seguir, de Chet Edinger, de Mitchell, na Dakota do Sul, o produtor mostra sua propriedade em 31 de maio, último dia da janela ideal para o plantio do milho. Ainda assim, considera estender os trabalhos de campo por mais 10 dias. "Mas úmido como está, teremos sorte se secar uma parte em 10 dias", disse.
Final plant date to be fully insured on #corn is today for our farm. We were thinking of pushing it 10 more days. But as wet as it is we will be lucky if it’s dry enough in 10. #plant19 pic.twitter.com/sfqhYslTWf
— Chet Edinger (@ChetEdinger) May 31, 2019
No seguinte, Will Hornback mostra seus campos muito úmidos no centro de Illinois em 2 de junho.
— Will Hornback (@whornbac) June 3, 2019
Abaixo, no vídeo do Twitter @AgVend, uma plantadeira continua seus trabalhos mesmo diante de um tornado.
Dedication. Stay safe out there. #LeeroyJenkins #Plant19 #JohnDeere pic.twitter.com/7U2GS646RD
— AgVend (@AgVendHQ) June 4, 2019
O excesso de chuvas compromete também a logística norte-americana. Na foto de Ryan Heiniger, ele diz, em 1º de junho "nada de barcaças para o Golfo por conta das enchentes".
As fotos abaixo são da especialista internacional Karen Braun e mostram comparações tanto com safras anteriores quanto com períodos anteriores desta mesma temporada.
Kansas"Soja sendo plantada no centro do Kansas. Há 6 dias, os campos estavam completamente inundados, mas agora contam com quase uma semana de tempo um pouco mais cedo", diz.
Dakota do Norte
"A soja da Dakota do Norte foi plantada em 29 de maio no ano passado, mas ainda não mostrava bons resultados alguns dias depois. Este ano, o plantio aconteceu em 2 de junho (nesta imagem), sem grande diferença, portanto. O rendimento em 2018 foi acima da média".
Nebraska
"No Nebraska, a soja não se desenvolve tão rapidamente até agora. No ano passado, a soja foi plantada em 5 de maio e registrou produtividade acima da média", relata Karen.
Veja ainda os impactos que o mercado já vem refletindo, dia a dia, nos preços da soja e do milho, não só no mercado norte-americano, mas também no Brasil.
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Iowa
"No leste de Iowa, a soja foi plantada em 16 de maio, contra 6 de maio no ano passado. No entanto, até este momento, as condições parecem boas".
Minnesota
"A soja foi plantada no sul do estado em 14 de maio este ano, 12 de maio em 2017 e 23 de maio em 2018. Os últimos dois maios foram muito quentes, então, a soja germinou bem rápido. A produtividade há dois anos ficou acima da média e em 2018, em linha".
Illinois
"No sul de Illinois, a soja foi plantada em 18 de maio, enquanto no ano passado foi em 29 de abril e, 2017, 23 de abril. Ela ainda está baixa, mas em melhor forma do que há dois anos. Em 2018, tivemos produtividade alta, próxima de recorde da propriedade", conclui a especialista.
China deve direcionar soja dos EUA para reservas estatais, diz a Reuters
PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - A China vai estocar até 7 milhões de toneladas de soja compradas dos Estados Unidos durante uma trégua vista mais cedo na guerra comercial entre os dois países, disseram dois operadores com conhecimento do assunto, ao invés de esmagar os grãos para venda imediata como ingrediente para ração.
O movimento pouco usual de armazenar um volume tão grande da oleaginosa enviada pelos EUA vem em momento em que a China enfrenta o fantasma de uma longa disputa comercial com seu segundo maior fornecedor da commodity, após as tensões entre os dois países terem escalado abruptamente no mês passado.
A China tipicamente compra dois terços da soja negociada globalmente para ajudar a alimentar seus rebanhos, mas o país tem tomado medidas para reduzir essa dependência, buscando alternativas para alimentar seus animais e limitando os níveis de proteína na ração.
A China comprou cerca de 14 milhões de toneladas de soja dos EUA desde dezembro, como parte de uma trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias globais.
Mais de 6 milhões de toneladas já foram entregues à China, com a maior parte disso já processada para se tornar óleo ou farelo de soja, utilizado em ração, disseram uma fonte em uma estatal e um operador.
Mas os grãos restantes, comprados pelas estatais COFCO e Sinograin, ainda não embarcados, serão direcionados para reservas estatais, disse um operador próximo do assunto.
Uma fonte em uma empresa internacional de trading que acompanha o tema confirmou a mudança na estratégia, que aconteceu em maio, após as renovadas tensões entre os governos da China e dos EUA.
"Quaisquer volumes de grãos que cheguem agora dos EUA irão para armazenamento, uma vez que eles estão se preparando para uma longa guerra comercial", afirmou o operador.
A Sinograin não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax. A COFCO não respondeu de imediato um e-mail enviado a seu departamento de mídia.
Maior compradora global de soja, a China já reduziu fortemente as importações dos EUA após ter estabelecido uma tarifa de 25% sobre as cargas em julho passado, em resposta a tarifas sobre produtos chineses estabelecidas pelo governo norte-americano.
Para compensar a queda nas importações dos EUA, a China aumentou compras do Brasil e de outros países.
Não se sabe quanto o governo chinês mantêm em soja em suas reservas estatais, mas o país tipicamente compra grãos da Argentina para recompor esses estoques, disseram operadores, uma vez que o menor conteúdo de óleo nas cargas da Argentina torna elas melhores para armazenamento.
A China consome mais de 100 milhões de soja por ano. As importações chinesas caíram 7,9% no ano passado, para 88,03 milhões de toneladas.
Com problema na safra dos EUA, ADM vende milho do Brasil à Smithfield, dizem fontes
SÃO PAULO (Reuters) - A unidade brasileira da Archer Daniels Midland e outros comerciantes de grãos não identificados estão vendendo milho para os Estados Unidos, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, citando a Smithfield Foods como compradora do cereal sul-americano.
As compras feitas pela maior produtora de carne suína do mundo ocorrem em um momento em que os EUA registram um atraso histórico no plantio de milho, diante de enchentes que estão atrapalhando os trabalhos e ameaçam reduzir a colheita norte-americana, o que resultou em alta nos preços na bolsa de Chicago.
"Estamos apenas achando destino para o Brasil e abastecendo quem lá (nos EUA) já viu que vai faltar e não quer esperar para pagar mais caro. Apenas sendo mais rápido e nada mais", disse uma fonte na ADM, que não tem autorização para falar publicamente.
As fontes disseram que a Smithfield possui instalações portuárias na Costa Leste, o que facilita negócios com o milho estrangeiro, como já registrado anteriormente, quando a companhia preferiu importar a trazer grãos caros do Cinturão do Milho norte-americano.
De outro lado, o Brasil, segundo exportador global de milho atrás dos EUA, está colhendo uma safra recorde do cereal e tem registrado um câmbio favorável para exportações.
A ADM recusou-se a comentar. A Smithfield não retornou pedidos de comentários. As fontes não forneceram os nomes dos outros operadores que estão exportando.
Uma fonte disse que a Smithfield, subsidiária do grupo chinês WH, teria encomendado entre 5 e 10 remessas de milho do Brasil, com a mercadoria sendo carregada nos navios entre setembro e janeiro.
A outra fonte disse que o Paraguai e a Argentina também estão enviando milho para os EUA, com o total de compromissos envolvendo o produto sul-americano chegando a cerca de 1 milhão de toneladas.
As últimas ocasiões em que o Brasil vendeu quantidades significativas de milho para os EUA foram em 2012 e 2013, quando uma seca fez com que o país se voltasse para a América do Sul em busca de suprimentos.
As exportações brasileiras de milho para os EUA totalizaram 1,7 milhão de toneladas nos dois anos somados, de acordo com dados do governo brasileiro.
EXPORTAÇÃO BRASILEIRA
As vendas para os norte-americanos ilustram como o Brasil poderá tirar proveito de atraso histórico no plantio de milho dos EUA, também o maior produtor mundial.
Além de vender aos EUA, o Brasil também poderá abocanhar mercados tradicionalmente abastecidos pelos norte-americanos.
Os EUA tinham plantado até domingo 67% da área projetada para milho, versus 96% da média dos últimos cinco anos para o período, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgados na segunda-feira.
O governo do Brasil previa que as exportações de milho cresceriam 25% nesta temporada, para 31 milhões de toneladas, mesmo antes que os problemas relacionados ao clima afetassem as plantações de milho dos EUA.
Segundo especialistas, o atraso nas lavouras norte-americanas poderá resultar em uma produção menor, abrindo espaço aos brasileiros.
Consultorias privadas, como a FCStone, já projetam um recorde de 33 milhões de toneladas de embarques do Brasil.
O aumento das exportações brasileiras também será fundamental para reduzir os estoques do país, em níveis próximos de recordes, apesar das históricas exportações.
"Começamos a temporada com a necessidade de exportar pelo menos 30 milhões de toneladas", disse a analista de mercado Céleres Daniely Santos, referindo-se aos altos estoques do Brasil.
Com a perspectiva de uma safra recorde de cerca de 100 milhões de toneladas de milho nesta temporada, o Brasil precisará exportar ainda mais para reduzir a oferta doméstica, disse ela.
O Brasil começou a colher recentemente a segunda safra de milho, que é plantada após a colheita da soja no maior exportador global da oleaginosa.
Com os problemas das chuvas excessivas nos EUA, os preços no Brasil subiram mais de 14% em maio, segundo indicador Esalq/BM&FBovespa, no embalo de uma alta de mais de mais de 15% na bolsa de Chicago, o que favoreceu vendas de produtores brasileiros.
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