Exportações do agronegócio perdem atratividade, mas volume se mantém em alta, aponta Cepea
As exportações brasileiras do agronegócio seguem em patamares recordes em termos de volume. Segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, de janeiro a setembro deste ano, a quantidade embarcada (medida pelo IVE-Agro/Cepea) cresceu 12,5% em relação ao mesmo período de 2015.
Esse cenário é verificado mesmo com a forte diminuição da atratividade das exportações agrícolas brasileiras. De acordo com pesquisadores do Cepea, a queda contínua dos preços em dólares no correr de 2016, combinada com a valorização da moeda nacional, provocou diminuição considerável na atratividade das exportações brasileiras, de 18% (IAT-Agro/Cepea).
Entre janeiro e setembro de 2016 frente ao mesmo período do ano anterior, os produtos que apresentaram crescimentos mais expressivos no volume exportado foram milho e etanol, de 52,4% e de 44,2%, respectivamente. Outros produtos que também aumentaram os embarques nesse período foram: carne suína (41%), açúcar (32,8%), algodão pluma (26,6%), suco de laranja (21%), madeira (18%), carne bovina (8,4%), carnes de aves (6,1%), farelo de soja (5,2%), celulose (2,8%) e soja grão (0,1%). Os únicos produtos agrícolas exportados pelo Brasil que não registraram aumento no volume foram café, óleo de soja e frutas.
As vendas externas da parcial deste ano (de janeiro a setembro) geraram faturamento de aproximadamente US$ 68 bilhões, pequeno aumento de 1% em relação ao mesmo período de 2015. Já em moeda nacional, houve queda da receita agregada, de cerca de 8%, o que esteve atrelado à redução dos preços em dólar e à valorização cambial no período.
A China permanece como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro. Nos primeiros nove meses de 2016, a participação do país asiático foi de 27,1% do total, seguido por países da Zona do Euro (17,1%) e pelos Estados Unidos (6,9%). A demanda chinesa nesse período foi concentrada nos produtos do grupo cereais/leguminosas/oleaginosas, que representou quase 75% das compras desse país. A China foi responsável pela aquisição de 74% da soja em grão exportada pelo Brasil.
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