Justiça de Londrina determina que MST saia da Fazenda Figueira

Publicado em 20/08/2015 05:42
Caso não deixem a área, multa diária para integrantes do movimento é de R$ 5 mil, por Marcelo Frazão, do JORNAL DE LONDRINA (http://www.jornaldelondrina.com.br/)

A Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) obteve nesta quarta-feira (19), da Justiça de Londrina, a reintegração de posse da Fazenda Figueira, no distrito de Paiquerê, invadida pelo Movimento dos Sem-Terra (MST).

Desde a segunda-feira (17), cerca de 1.300 famílias ocupam a área e exigem a reforma agrária com o argumento de que a fazenda pertenceria ao governo de São Paulo.

Embora a Fealq – com sede em Piracicaba (SP)- seja ligada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), a direção da fazenda ressalta que a propriedade não pertence à USP. Trata-se de uma entidade privada, mas sem fins lucrativos.

  • Milhares de integrantes do MST ocupam a área invadida desde a segunda-feira: vão ter que sair (Crédito: Gilberto Abelha/Arquivo JL)

    Milhares de integrantes do MST ocupam a área invadida desde a segunda-feira: vão ter que sair (Crédito: Gilberto Abelha/Arquivo JL)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A determinação para a Polícia Militar (PM) cumprir a reintegração foi expedida pelo juiz Bruno Pegoraro, da 1ª Vara Cível de Londrina. Caso não acate a ordem de saída, o juiz estipulou multa de R$ 5 mil por dia, após o MST receber a notificação da Justiça. Pegoraro definiu prazo entre 15 e 20 dias para que os integrantes do MST se pronunciem, dentro da ação, sobre a desocupação.

Na decisão, o juiz apontou como “inegável” o direito da Fealq sobre a propriedade, que tem 3,6 mil hectares – sendo 1,1 mil hectares de floresta de Mata Atlântica – e cinco mil cabeças de gado.

Ouvido pela reportagem, o administrador da Fazenda Figueira, o engenheiro agrônomo José Renato Silva Gonçalves, afirmou que não tinha conhecimento da decisão e que considerava como válido o acordo informal com os integrantes do movimento para evitar a destruição de patrimônio e a morte de animais. “Não queremos polarizar o assunto, que deve ser tratado com toda tranquilidade”, limitou-se a dizer.

Na ação de reintegração de posse, a Fealq pediu que os bens dos invasores fossem bloqueados para garantir eventuais indenizações, se necessário. No entanto, o juiz negou o pedido e solicitou que, caso a Fealq identifique crimes patrimoniais, a administração da Fazenda deve comunicar à polícia e ao Ministério Público.

José Damasceno, líder do MST na região, afirmou ao JL que apesar da decisão o clima na área é de tranquilidade. A Justiça ainda não notificou o MST. Segundo Damasceno, os integrantes do movimento aguardam uma reunião em Londrina, nesta quinta-feira (20), com mediação de funcionários do Incra, para definir o rumo da ocupação.

Propriedade foi doada em 1995

Doada em 1995 para a Fealq por Alexandre Von Fritzelwitz Fritzelwitz, ex-aluno da Esalq, a Fazenda é um importante centro de pesquisas voltado para a pecuária de corte de alta produtividade.

A Fazenda Figueira é considerada uma unidade de demonstração modelo, voltada para a pesquisa em áreas como melhoramento de pastagens, nutrição, sanidade e desenvolvimento genético, com cria, recria e engorda para corte. O local também é referência de preservação ambiental e convivência entre a pecuária e o meio ambiente.

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Juiz estipulou multa de R$ 5 mil por dia caso a ordem seja descumprida (Crédito: Gilberto Abelha/Arquivo JL)
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Fonte:
JORNAL DE LONDRINA

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