Bovinocultura: Retenção de matrizes pode beneficiar produtor e consumidor
Publicado em 20/08/2010 12:09
e atualizado em 09/03/2020 17:26
A bovinocultura de corte é fortemente influenciada por um "ciclo pecuário" que rege a oferta de animais para abate e, consequentemente, atua sobre os preços finais da carne bovina.
O fenômeno ocorre em todo o mundo e é facilmente compreensível.
Basicamente, as variações de ciclo podem ser entendidas como decorrentes da variação do número de matrizes do rebanho (fêmeas em idade de reprodução) e, logicamente, do número de bezerros nascidos.
Essa variação do número de matrizes no rebanho reflete o interesse ou não do pecuarista em ampliar seu rebanho, que, por sua vez, reflete os lucros esperados pelo mesmo.
Logicamente, se o pecuarista espera bons lucros -expectativa que se forma quase sempre pela projeção dos lucros atuais para o futuro-, sua tendência é aumentar a produção para lucrar ainda mais, o que faz retendo matrizes.
Evidente que, se os lucros obtidos com a atividade são baixos, o pecuarista não se interessa em ampliar a produção e abate suas matrizes, reduzindo a produção de bezerros.
Os bezerros produzidos a mais ou a menos, depois de atingirem idade adulta, vão causar impacto diretamente na oferta de animais para abate, influenciando os preços e, consequentemente, os preços finais pagos pela carne bovina e pelos subprodutos.
O fenômeno tem profundas consequências em toda a cadeia de produção.
As flutuações de preço refletem-se no consumo interno, nas exportações e na rentabilidade da indústria frigorífica, que tem no animal para abate o seu maior custo.
Esse fenômeno influencia, ainda, a demanda por insumos pecuários e, no longo prazo -como afeta a capacidade de investimento dos pecuaristas-, as tecnologias de produção adotadas no país e na lógica da expansão da produção.
Em momentos como o atual, em que a oferta de animais para abate é muito restrita devido ao elevado abate de matrizes que ocorreu no período de 2004/7 e os preços estão elevados, observam-se grandes dificuldades para a indústria frigorífica, algumas delas chegando à recuperação judicial.
A consequência dessas dificuldades traduz-se em perda de mercado para carnes alternativas e em perda de competitividade nas exportações -nesse caso, muito mitigada pelas dificuldades também enfrentadas por outros países exportadores concorrentes do Brasil no mercado internacional.
Seria altamente benéfico para produtores e consumidores que se buscasse reduzir os efeitos do ciclo pecuário nos preços por meio do incentivo à retenção de matrizes nos chamados "ciclos de baixa".
Com isso, no "ciclo de alta" subsequente, a oferta de animais para abate não se reduziria tanto e os preços não subiriam tão fortemente.
Todos da cadeia produtiva ganhariam de forma mais estável, e os consumidores não seriam surpreendidos com "explosões" de preços.
O fenômeno ocorre em todo o mundo e é facilmente compreensível.
Basicamente, as variações de ciclo podem ser entendidas como decorrentes da variação do número de matrizes do rebanho (fêmeas em idade de reprodução) e, logicamente, do número de bezerros nascidos.
Essa variação do número de matrizes no rebanho reflete o interesse ou não do pecuarista em ampliar seu rebanho, que, por sua vez, reflete os lucros esperados pelo mesmo.
Logicamente, se o pecuarista espera bons lucros -expectativa que se forma quase sempre pela projeção dos lucros atuais para o futuro-, sua tendência é aumentar a produção para lucrar ainda mais, o que faz retendo matrizes.
Evidente que, se os lucros obtidos com a atividade são baixos, o pecuarista não se interessa em ampliar a produção e abate suas matrizes, reduzindo a produção de bezerros.
Os bezerros produzidos a mais ou a menos, depois de atingirem idade adulta, vão causar impacto diretamente na oferta de animais para abate, influenciando os preços e, consequentemente, os preços finais pagos pela carne bovina e pelos subprodutos.
O fenômeno tem profundas consequências em toda a cadeia de produção.
As flutuações de preço refletem-se no consumo interno, nas exportações e na rentabilidade da indústria frigorífica, que tem no animal para abate o seu maior custo.
Esse fenômeno influencia, ainda, a demanda por insumos pecuários e, no longo prazo -como afeta a capacidade de investimento dos pecuaristas-, as tecnologias de produção adotadas no país e na lógica da expansão da produção.
Em momentos como o atual, em que a oferta de animais para abate é muito restrita devido ao elevado abate de matrizes que ocorreu no período de 2004/7 e os preços estão elevados, observam-se grandes dificuldades para a indústria frigorífica, algumas delas chegando à recuperação judicial.
A consequência dessas dificuldades traduz-se em perda de mercado para carnes alternativas e em perda de competitividade nas exportações -nesse caso, muito mitigada pelas dificuldades também enfrentadas por outros países exportadores concorrentes do Brasil no mercado internacional.
Seria altamente benéfico para produtores e consumidores que se buscasse reduzir os efeitos do ciclo pecuário nos preços por meio do incentivo à retenção de matrizes nos chamados "ciclos de baixa".
Com isso, no "ciclo de alta" subsequente, a oferta de animais para abate não se reduziria tanto e os preços não subiriam tão fortemente.
Todos da cadeia produtiva ganhariam de forma mais estável, e os consumidores não seriam surpreendidos com "explosões" de preços.
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Fonte:
Folha de S. Paulo
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