Conheça a estratégia do campeão nacional de produtividade no milho
Filho e neto de produtores rurais, Helio Yamamoto tem o agronegócio correndo nas veias. Nascido e criado nas fazendas da família, formou-se em engenharia agronômica e atualmente está à frente de uma das três propriedades que compõem o Grupo Yamamoto, o qual a gestão é dividida entre o seu pai e os irmãos. Juntas, as propriedades somam 2.350 hectares agriculturáveis.
Mas, foi na fazenda Yamamoto, localizada no município de Paracatu, de 1.500/ha, sendo 380 deles irrigados por seis pivôs, que o produtor conseguiu a expressiva colheita de 234,8 sacas de milho por ha. Tal feito, sagrou Helio campeão da 7ª edição do Fórum Getap, concurso de produtividade de milho inverno na categoria irrigado.
No total o concurso auditou 119 agricultores de dez estados brasileiros. “Foi a primeira vez que participamos nesta categoria e ganhamos. Fomos assertivos nas escolhas e eficientes para superar os desafios. Recebemos essa premiação com muita alegria, pois é um reconhecimento de um trabalho bem planejado por toda nossa equipe”, destacou Yamamoto.
Para atingir esse elevado patamar de produtividade, o agricultor revela que foi necessário um conjunto de fatores e decisões estratégicas, que somadas resultaram em uma colheita expressiva. “Uma característica é sempre adaptar o nosso manejo de acordo com as condições climáticas (seca ou chuva) e a pressão de pragas. Em anos mais quentes, por exemplo, como foi em 2024, a presença da cigarrinha, praga que causa muitos prejuízos na região foi maior, portanto exigiu mais aplicação de defensivos. Em anos mais chuvosos e frios, tende a diminuir essas aplicações. Tudo depende do clima”, destacou.
Além do cuidado com as aplicações de defensivos de maneira cautelosa, a fazenda de Yamamoto faz investimento constante no preparo e manejo do solo com atenção na correção e na adubação. Somado a isso, a escolha do híbrido As 1868 Pro 4 (Bayer), de alto valor produtivo, foi um diferencial, principalmente por ter maior tolerância à cigarrinha. “Esse ano como plantamos o milho mais tarde em meados de março e a lavoura sofreu menos pressão principalmente das pragas e doenças”, detalhou o produtor.
Na média geral, considerando as áreas de lavouras irrigadas e de sequeiro, a produtividade das áreas de Yamamoto, ficou em 140 sc/ha. O resultado é ainda bem superior à média nacional de inverno neste ano, que foi de 96 sacas por hectare, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Diferenciais
Além de olhar atento às lavouras, Yamamoto também sempre acompanha as novidades tecnológicas do mercado, principalmente quanto ao lançamento de equipamentos, materiais de milho, híbridos e novos defensivos. “É fundamental esse cuidado, fazendo também as aplicações no momento certo. Além disso, buscamos sempre acompanhar a evolução dos pacotes tecnológicos que surgem no mercado em relação a maquinários, colheitadeiras autopropelidas, plantadeiras, aplicativos para controle de plantio e quantificação de semente, entre outras inovações”, reforçou. “Com esse avanço conseguimos pegar, por exemplo, um mapa de produtividade e de análise de solo, fazemos uma sobreposição e desta forma tentamos identificar soluções para alcançar melhores produtividades”, completou.
Além do cultivo de milho e soja na safra principal, ele tem utilizado a tecnologia para ter a diversificação de cultivos. Como a fazenda está em uma área com boa altitude de cerca de 970 metros de altura, ele realiza o plantio de campo de semente e também tem apostado na produção de feijão em algumas áreas da propriedade.
Com a tecnologia da irrigação, mais recentemente o agricultor passou a testar o cultivo de arroz. “Os preços dos grãos principalmente da soja não têm sido favoráveis, então, a nossa estratégia é experimentar outras culturas para vermos a viabilidade e desta forma não ficarmos reféns apenas de um mercado”, finalizou Yamamoto.
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