Dólar em queda ajuda no suporte às altas da soja em Chicago nesta 5ª, mas pesa sobre preços no BR
Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago já testaram os dois lados da tabela na sessão desta quinta-feira (5), mas voltara a subir na tarde de hoje. As cotações, perto de 13h50 (horário de Brasília), registravam ganhos entre 7 e 8,75 pontos, com o janeiro sendo cotado a US$ 9,92 e o maio a US$ 10,09 por bushel. "A soja-grão é sustentada pela alta do óleo de soja e pelas exportações estadunidenses", informa a Pátria Agronegócios. As altas do derivado passavam de 1,5%, com o contrato dezembro valendo 42,18 cents de dólar por libra-peso.
As vendas semanais dos EUA foram de 2,312,7 milhões de toneladas, enquanto o intervalo esperado pelo mercado era de 1,1 milhão a 2,5 milhões de toneladas. Embora alto, o volume registrou uma diminuição de 7% em relação à semana anterior, mas 17% de crescimento em relação à média das últimas quatro semanas. A China foi o principal destino. O total já comercializado de soja pelos EUA, na temporada, chega a 36,185,4 milhões de toneladas, contra 32,28 milhões do mesmo período da anterior. As exportações dos EUA, segundo o USDA, deverão ser de 49,67 milhões de toneladas.
Além disso, o USDA ainda anunciou uma nova venda de soja para a China nesta quinta-feira, de 136 mil toneladas, o que também contribui para o suporte das cotações na sessão de hoje.
O mercado segue carente de novidades e busca garantir sua estabilidade neste momento, frente a um cenário de fundamentos que já conhece.
A nova safra de soja da América do Sul se desenvolve bem até agora, conta com condições de clima favoráveis e vai reforçando ao mercado a possibilidade de uma produção recorde e robusta nesta temporada. Ao mesmo tempo, a demanda também permanece no radar, com boas perpectivas de crescimento, mas as quais ainda ficam aquém do incremento expressivo da capacidade produtiva mundial. Assim, o consumo mesmo sendo maior do que no ano passado é insuficiente para atuar como combustível forte para as cotações, atuando apenas como um limitador das baixas.
"A Sinograin comprou mais alguns barcos nos EUA. Nessa semana, a estatal comprou 10 barcos para março e o mercado está assumindo que a Sinograin vai cobrir o março e o abril nos EUA. As tradings e crushers comerciais continuam comprando somente Brasil", afirma o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
Ainda nesta quinta, o dólar em queda frente ao real também ajuda no avanço dos futuros da oleaginosa na CBOT, porém, pesa sobre a formação de preços no mercado brasileiro.
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