Importações de soja pela China no bimestre caem ao nível mais baixo em cinco anos

Publicado em 07/03/2024 08:01 e atualizado em 07/03/2024 10:20

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Por Mei Mei Chu

PEQUIM (Reuters) - As importações de soja pela China, principal compradora de sementes oleaginosas, caíram para o nível mais baixo em cinco anos nos dois primeiros meses do ano, prejudicadas pelas margens de esmagamento ruins e pela menor chegada de navios durante os feriados do Ano Novo Lunar.

As importações de janeiro e fevereiro, combinadas, foram de 13,04 milhões de toneladas, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Administração Geral de Alfândega.

As importações são as mais baixas para o período desde 2019, de acordo com registros da Reuters.

A alfândega da China também informou que os volumes de importação de soja revisados para janeiro-fevereiro de 2023 foram de 14,30 milhões de toneladas, contra um número inicial publicado de 16,17 milhões de toneladas.

A alfândega não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Sabe-se que o órgão revisa os números de importação, mas um ajuste para baixo tão grande é incomum.

As importações nos dois primeiros meses deste ano ficaram em linha com as expectativas dos analistas, entre 13 milhões e 14 milhões de toneladas.

"Atrasos nos embarques devido a margens de esmagamento ruins, feriados do Ano Novo Chinês e liberação alfandegária lenta são as razões para o número relativamente baixo de importações", disse Rosa Wang, analista da consultoria JCI.

A China combina os dados de importação de janeiro e fevereiro em uma única divulgação para suavizar o impacto dos feriados do Ano Novo Lunar, que caem em um dos dois meses a cada ano.

"As chegadas em janeiro e fevereiro são baixas, pois as fábricas de ração chinesas reduziram o uso de farelo. A partir de abril, as fábricas de ração aumentarão o uso de farelo devido aos grãos mais baratos", disse um trader de Cingapura de uma empresa internacional que fornece grãos para a China.

A demanda chinesa de soja para ração animal pode ser atingida este ano por novas regulamentações para controlar a capacidade de produção de suínos do país, depois que uma expansão agressiva das fazendas levou a um excesso de oferta de suínos e a perdas crescentes.

A China reduziu a meta nacional de retenção normal de matrizes suínas de 41 milhões para 39 milhões, em uma medida que, segundo analistas, poderia reduzir o tamanho do maior rebanho suíno do mundo em pelo menos 22 milhões.

Enquanto isso, a colheita de soja nos principais países produtores, Brasil e Argentina, estava bem encaminhada, com expectativas de oferta abundante.

Nas últimas semanas, a maioria dos analistas vem rebaixando as estimativas da safra brasileira, mas o país ainda está repleto de grãos após uma safra recorde na última temporada e tem superado as vendas dos EUA para a China.

(Reportagem de Mei Mei Chu e Amy Lv em Pequim, texto de Emily Chow)

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Fonte:
Reuters

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