Soja ainda caminha de lado em Chicago nesta 4ª feira sem considerar a realidade dos campos brasileiros
A lateralização no mercado da soja continua no início da tarde desta quarta-feira (20) na Bolsa de Chicago. Perto de 13h30 (horário de Brasília), o janeiro subia 3,75 pontos para US$ 13,16, enquanto os demais, entre os mais negociados, perdiam de 0,50 a 2,75 pontos, levando o maio a US$ 13,31 por bushel. No mesmo momento, o farelo perdia 1%, enquanto o óleo de soja subia tímidos 0,06%.
Juros no Brasil e, em especial, nos EUA estão no foco, bem como condição da inflação e fluxo dos investimentos. No cenário nacional, mais uma vez, realidade do setor agro é preponderante para o desempenho das divisas.
"Os prognósticos climáticos continuam apontando chuvas para a região produtora brasileira, que se comprovadas devem direcionar o mercado. Os futuros de soja seguem em leve baixa testando seus respectivos suportes", afirma o analista de mercado e diretor gerald do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Ainda de acordo com o levantamento da Labhoro, o modelo GFS (americano) segue mostrando, para os próximos 10 dias, "acumulados moderados a fortes no norte e sudeste do MT, sul do TO, sudoeste da BA, norte e leste de SP, norte do RS, sul do MS, na maior parte de GO, MG, PR e SC. Leves acumulados no restante do MT, MS, TO, BA, sul do MA, sul do PI e sudoeste de SP. Precipitações mais fortes acima de 120 mm pontualmente no centro-leste de MG, oeste de SC e noroeste do RS", complementa.
Apesar disso, os prognósticos mostram que o verão deverá ser marcado ainda por chuvas bastante irregulares, com atenções redobradas para o estado de Mato Grosso.
Em sua última entrevista ao Notícias Agrícolas, nesta terça-feira (19), Sousa afirmou que uma safra de soja menor do que 150 milhões de toneladas no Brasil significaria preços acima dos US$ 14,00 por bushel na Bolsa de Chicago. Mais do que isso, explicou que, neste momento, o mercado tem dado mais atenção aos mapas e previsões climáticas do que, efetivamente, à realidade das lavouras brasileiras.
A Aprosoja MT, nesta semana, já apontou uma quebra de ao menos 20% na safra de soja 2023/24, estado mais afetado pelas adversidades climáticas e efeitos do Super El Niño nesta temporada.
"No comparativo da safra anterior para a safra atual, com certeza é a pior quebra sim", disse o diretor-administrativo da Aprosoja-MT, Nathan Belusso, à agência de notícias Reuters. Na sequência do número atualizado da Aprosoja, o Itaú BBA também revisou sua projeção e estima agora uma safra de 153 milhões de toneladas, cinco milhões menor do que sua estimativa anterior, porém, ainda bem acima do que os sojicultores brasileiros esperam colher.
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Atenções também sobre a demanda - que segue muito presente no mercado norte-americano - e no comportamento dos fundos investidores nesta reta final do ano. Nesta semana, as compras no mercado americano têm sido menos frequentes do que nas últimas duas, o que também deixa o mercado mais enfraquecido.
"A Sinograin está mais lenta nas compras nesta semana, o que também parece ser um fator que pode pesar sobre os futuros da soja. Sem a presença da estatal, vai ficar mais difícil para os EUA manterem o bom ritmo das vendas semanais", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
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