Soja ainda caminha de lado em Chicago nesta 4ª feira sem considerar a realidade dos campos brasileiros

Publicado em 20/12/2023 13:48

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A lateralização no mercado da soja continua no início da tarde desta quarta-feira (20) na Bolsa de Chicago. Perto de 13h30 (horário de Brasília), o janeiro subia 3,75 pontos para US$ 13,16, enquanto os demais, entre os mais negociados, perdiam de 0,50 a 2,75 pontos, levando o maio a US$ 13,31 por bushel. No mesmo momento, o farelo perdia 1%, enquanto o óleo de soja subia tímidos 0,06%. 

Juros no Brasil e, em especial, nos EUA estão no foco, bem como condição da inflação e fluxo dos investimentos. No cenário nacional, mais uma vez, realidade do setor agro é preponderante para o desempenho das divisas. 

"Os prognósticos climáticos continuam apontando chuvas para a região produtora brasileira, que se comprovadas devem direcionar o mercado. Os futuros de soja seguem em leve baixa testando seus respectivos suportes", afirma o analista de mercado e diretor gerald do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

Ainda de acordo com o levantamento da Labhoro, o modelo GFS (americano) segue mostrando, para os próximos 10 dias, "acumulados moderados a fortes no norte e sudeste do MT, sul do TO, sudoeste da BA, norte e leste de SP, norte do RS, sul do MS, na maior parte de GO, MG, PR e SC. Leves acumulados no restante do MT, MS, TO, BA, sul do MA, sul do PI e sudoeste de SP. Precipitações mais fortes acima de 120 mm pontualmente no centro-leste de MG, oeste de SC e noroeste do RS", complementa.

Apesar disso, os prognósticos mostram que o verão deverá ser marcado ainda por chuvas bastante irregulares, com atenções redobradas para o estado de Mato Grosso. 

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Em sua última entrevista ao Notícias Agrícolas, nesta terça-feira (19), Sousa afirmou que uma safra de soja menor do que 150 milhões de toneladas no Brasil significaria preços acima dos US$ 14,00 por bushel na Bolsa de Chicago. Mais do que isso, explicou que, neste momento, o mercado tem dado mais atenção aos mapas e previsões climáticas do que, efetivamente, à realidade das lavouras brasileiras. 

A Aprosoja MT, nesta semana, já apontou uma quebra de ao menos 20% na safra de soja 2023/24, estado mais afetado pelas adversidades climáticas e efeitos do Super El Niño nesta temporada. 

"No comparativo da safra anterior para a safra atual, com certeza é a pior quebra sim", disse o diretor-administrativo da Aprosoja-MT, Nathan Belusso, à agência de notícias Reuters. Na sequência do número atualizado da Aprosoja, o Itaú BBA também revisou sua projeção e estima agora uma safra de 153 milhões de toneladas, cinco milhões menor do que sua estimativa anterior, porém, ainda bem acima do que os sojicultores brasileiros esperam colher.

Atenções também sobre a demanda - que segue muito presente no mercado norte-americano - e no comportamento dos fundos investidores nesta reta final do ano. Nesta semana, as compras no mercado americano têm sido menos frequentes do que nas últimas duas, o que também deixa o mercado mais enfraquecido. 

"A Sinograin está mais lenta nas compras nesta semana, o que também parece ser um fator que pode pesar sobre os futuros da soja. Sem a presença da estatal, vai ficar mais difícil para os EUA manterem o bom ritmo das vendas semanais", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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