Maduro promete permitir desenvolvimento de petróleo e minas em território disputado

Publicado em 06/12/2023 08:52

Logotipo Reuters

CARACAS/GEORGETOWN (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na terça-feira que autorizará a exploração de petróleo em uma área sujeita a uma disputa com a Guiana, que disse que relataria seus comentários às Nações Unidas e à Corte Internacional de Justiça (CIJ).

A promessa de Maduro de permitir o desenvolvimento em torno do rio Essequibo ocorreu depois que seu governo realizou um plebiscito no fim de semana, no qual os eleitores rejeitaram a jurisdição da CIJ sobre a disputa e apoiaram a criação de um novo Estado no território.

Embora Maduro tenha dito repetidamente que o plebiscito é vinculativo, a CIJ - cuja decisão geral sobre o caso pode demorar anos - vetou na semana passada que a Venezuela tome qualquer medida que altere o status quo na região rica em petróleo.

A empresa estatal de petróleo PDVSA e a fabricante estatal de ferro e aço CVG criarão divisões para a região em disputa, disse Maduro.

As empresas estatais "procederão imediatamente para criação da divisão PDVSA Essequibo e CVG Essequibo e imediatamente concederemos licenças de operação para a exploração e aproveitamento de petróleo, gás e minas em nossa Guiana Essequiba", disse ele na televisão estatal.

Maduro também afirmou que propôs uma lei ao legislativo controlado pelo governo para criar o novo Estado, e que as empresas que já operam nas águas da área teriam três meses para sair.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse em comentários na terça-feira que Maduro estava demonstrando "flagrante desrespeito" à decisão da CIJ.

"A Guiana vai relatar esse assunto no início da manhã. Escreveremos para o Conselho de Segurança da ONU e para a corte", declarou Ali em uma transmissão nacional. "A Força de Defesa da Guiana está em alerta máximo... A Venezuela claramente se declarou uma nação fora da lei."

Ali disse já ter conversado com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A Venezuela reativou sua reivindicação sobre o território de 160.000 quilômetros quadrados nos últimos anos, após a descoberta de petróleo e gás em alto-mar. A fronteira marítima entre os dois países também está em disputa.

Um consórcio liderado pela Exxon Mobil começou a produzir petróleo na costa da Guiana no final de 2019 e as exportações começaram em 2020.

A Guiana, que atualmente produz cerca de 400.000 barris por dia de petróleo e gás, recebeu este ano propostas para novos blocos de águas rasas e profundas de empresas locais e estrangeiras em sua primeira rodada de licitações internacionais. As licenças de exploração para essas áreas ainda não foram assinadas.

(Reportagem de Mayela Armas e Deisy Buitrago em Caracas e Kiana Wilburg em Georgetown, reportagem adicional de Sabrina Valle em Houston)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário