Escalada na guerra catapulta valorização de quase 6% do milho em Chicago nesta 3ªfeira
A terça-feira (18) chega ao final com os preços futuros do milho disparando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram até 3,29% e flutuaram na faixa entre R$ 57,70 e R$ 68,20.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 57,70 com valorização de 3,29%, o novembro/23 valeu R$ 60,70 com alta de 2,57%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 64,30 com ganho de 2,37% e o março/24 teve valor de R$ 68,20 com elevação de 1,94%.
Segundo informações da Agrinvest consultoria, a forte alta do milho em Chicago deu suporte para a valorização também na B3. “O mercado ainda está tentando digerir os impactos do fim do corredor e a cautela deve predominar ainda mais nos próximos dias”.
A consultoria ainda destaca que, “a restrição na oferta de grãos ucranianos acaba sendo benéfica para a demanda de milho exportação aqui Brasil”.
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O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, aponta que as cotações nos portos brasileiros já melhoraram nesta terça-feira, com oportunidades aparecendo em R$ 61,00 e R$ 62,00 entre agosto e outubro em Paranaguá.
No mercado físico brasileiro, o preço do milho também teve um segundo dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas na praça de Castro/PR. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Primavera do Leste/PR, Alto Garça/PR, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o mercado travado, o preço do milho pouco se movimenta no mercado físico e fecha a segunda-feira comercializado na média de R$ 54,50/sc em Campinas/SP”.
Mercado Externo
O segundo dia da semana trouxe grandes movimentações positivas também para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT), que subiram quase 6% nesta terça-feira.
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 5,28 com valorização de 29,50 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 5,34 com ganho de 28,50 pontos, o março/24 foi negociado por US$ 5,44 com elevação de 27,25 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,50 com alta de 26,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (17), de 5,81% para o setembro/23, de 5,53% para o dezembro/23, de 5,22% para o março/24 e de 4,96% para o maio/24.
Na visão de Ronaldo Fernandes, da Royal Rural, esta terça-feira foi marcada pela escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia no Leste Europeu.
“De um lado, a Rússia acusa a Ucrânia de ter atacado pela segunda vez a ponte da Crimeia, que diga-se de passagem, é a ponte mais protegida do mundo. A Rússia também está atacando portos da Ucrânia, como relatado de manhã. Por outro lado, os EUA planejam anunciar nos próximos dias mais US$ 1,3 bilhão em ajuda militar à Ucrânia, o que só coloca mais munição (literalmente) para a guerra continuar”, aponta Fernandes.
O analista destaca que, sem a renovação do acordo de exportação, o mercado está precificando o risco de perder cerca de 19 milhões de toneladas de milho nas exportações da Ucrânia.
“Claro que não será todo o volume, mas acredita-se que grande parte pode ser comprometida. A Ucrânia insiste que vai contornar toda situação e continuará as exportações, mas hoje é dia de precificar. O cenário é um fator novo, não tinha como o mercado antecipar, por isso causa uma reação exagerada, pelo menos até mais informações surgirem”, explica Fernandes.
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