Mercado do boi derrapou essa semana com futuro recuando e físico travando, mas a tendência ainda é de alta para arroba
Mercado do boi derrapou essa semana com futuro recuando e físico travando, mas a tendência ainda é de alta para arroba
O sócio e consultor da Boviplan, André Aguiar, trouxe uma análise ao Notícias Agrícolas sobre a situação do mercado pecuário, destacando a tendência de alta nos preços, mesmo diante de algumas turbulências recentes. Enquanto a escassez de gado físico disponível no mercado impulsiona a procura, uma correção negativa nos preços futuros, principalmente para os meses de outubro e novembro, chamou a atenção.
De acordo com André Aguiar, a expectativa é de uma melhoria contínua nos preços pecuários, com destaque para o mês de julho. “As escalas de abate permanecem curtas, o que indica uma oferta limitada de gado físico no mercado. Essa escassez impulsiona a procura, especialmente em Goiás, onde a busca por animais destinados ao abate é bastante interessante. Essa demanda reforça a perspectiva de melhoria nos preços, uma vez que a oferta não está acompanhando o ritmo”, informou em entrevista.
Ao comentar sobre a instabilidade vivenciada na B3 durante a semana, Aguiar reconheceu a forte correção negativa nos preços futuros, especialmente para os meses de outubro e novembro. No entanto, ele ressalta que não conseguiu chegar a uma conclusão definitiva sobre os motivos dessa queda abrupta. Sua análise sugere que muitos investidores estão apostando em um aumento na oferta de animais confinados, visando o segundo ciclo de confinamento.
De acordo com os dados disponíveis até o momento, houve uma melhoria significativa nos valores da tonelada exportada, especialmente no período de maio para junho. Embora os números de junho ainda não estejam completamente fechados, já é possível observar uma amostra positiva nesse aspecto. Essa recuperação nas exportações têm impulsionado o mercado e refletido nos preços da carne bovina.
Uma das principais contribuições para o aumento nas exportações é a demanda crescente da China. Em comparação ao mês anterior, onde os preços para o boi destinado ao mercado interno e para o boi China eram semelhantes, hoje já se observa uma diferença. Alguns estados, como Minas Gerais, mantêm um ágio para o boi China, mas é notável que regiões como Mato Grosso do Sul e São Paulo voltaram a ter um diferencial de preço de 2% a 5% na arroba, o que indica um retorno interessante nesse mercado e evidencia a aposta na melhoria dos preços para a exportação.
As perspectivas para o mercado pecuário no segundo semestre mostram uma melhoria contínua nos preços, impulsionada pela queda dos preços dos grãos e pelo aumento das exportações. Apesar da estagnação no mercado de reposição, a relação de troca entre os preços do boi magro e dos bezerros melhorou, tornando o confinamento uma opção atraente.
"As demandas interna e externa têm influenciado a precificação, com a exportação se recuperando e a demanda interna apresentando melhorias. O mercado pecuário segue em busca de um equilíbrio entre oferta e demanda, enquanto os produtores aguardam melhores condições no mercado físico antes de realizar negociações na B3", comentou.
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