Futuros do milho fecham a semana acumulando desvalorização de quase 4%
A sexta-feira (24) chega ao final com os preços futuros do milho pouco alterados na Bolsa Brasileira (B3) e cotações operando em campo misto. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 83,26 e R$ 85,38 e acumularam grandes recuos semanais.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 83,90 com baixa de 0,19%, o julho/23 valeu R$ 83,35 com ganho de 0,01%, o setembro/23 foi negociado por R$ 83,26 com perda de 0,04% e o novembro/23 teve valor de R$ 85,38 com elevação de 0,27%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 2,88% para o maio/23, de 3,92% para o julho/23, de 2,79% para o setembro/23 e de 2,72% para o novembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (17).
Na visão do Analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Francisco Queiroz, a aceleração nos trabalhos de colheita da safra de verão e de plantio da segunda safra estão pressionando os preços da Bolsa Brasileira (B3) e das praças do mercado físico.
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O analista destaca que essa pressão deve seguir nas próximas semanas, mas para o médio e longo prazo o cenário pode se reequilibrar sustentado pela alta demanda que é esperada tanto no mercado interno, para os setores de ração e proteínas animais, quanto no mercado externo para as exportações.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não identificou valorizações em nenhuma das praças. Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a ausência de compradores dos negócios no aguardo de melhores oportunidades somada com o avanço da colheita faz com que o milho recue para a casa dos R$ 84,00/sc no mercado físico de Campinas/SP”.
Para a SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho evoluiu pouco nos negócios ao longo da semana, mas os preços cederam bastante. “Isso aconteceu pelo fato de os produtores terem aumentado as fixações de venda do cereal, na tentativa de abrir novos espaços em armazéns para a estocagem da safra de soja que ainda está por ser colhida”.
“Houve recuo dos preços no mercado balcão, o que motivou ainda mais o movimento de baixa nos preços. Não houve, porém, uma resposta por parte dos consumidores, que seguem adquirindo apenas volumes pontuais de milho para atender as necessidades mais urgentes em termos de demanda. O preço médio da saca de milho no Brasil teve uma queda de 2,20%, passando de R$ 83,51, para R$ 81,67”, acrescenta a publicação da SAFRAS.
Mercado Externo
Já para os preços internacionais do milho futuro, a sexta-feira foi de movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT), com as principais cotações subindo e acumulando
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,43 com alta de 11,25 pontos, o julho/23 valeu US$ 6,23 com valorização de 12,25 pontos, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,69 com elevação de 9,25 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,60 com ganho de 8,00 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (23), de 1,90% para o maio/23, de 2,13% para o julho/23, de 1,61% para o setembro/23 e de 1,45% para o dezembro/23.
Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam elevações de 1,42% para o maio/23, de 0,97% para o julho/23 e de 0,18% para o setembro/23, além de perda 0,18% para o dezembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (17).
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho continuaram subindo e fecharam em alta pela segunda semana consecutiva com a forte demanda chinesa.
“O milho atingiu seu preço mais alto desde fevereiro, após uma enxurrada de exportações dos Estados Unidos para a China”, destaca Cassandra Garrison da Reuters Chicago.
Ainda nesta sexta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores privados relataram outra venda de 204.000 toneladas de milho para a China, elevando o total para mais de 2,75 milhões de toneladas desde 14 de março.
Jack Scoville, analista de mercado do The Price Futures Group, disse à Reuters, que a contínua demanda chinesa por milho dos Estados Unidos foi alimentada no final da temporada do Brasil, enquanto se prepara para exportar soja, acrescentou Scoville.
“Isso significa que vamos fazer negócios agrícolas para grande parte do mundo, e estamos vendo isso se manifestar na atual ação dos preços aqui nas últimas semanas”, disse.
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