Transparência e valorização do produtor: SCA testa novo protocolo para avalição dos cafés especiais
O mercado de café especiais é crescente. Se no campo o produtor cada vez mais se empenha para entregar uma bebida de qualidade diferenciada, na outra ponta da cadeia esse consumidor é cada vez mais exigente.
Neste sentido, todo o setor está empenhado para que as exigências sejam atendidas e que a cafeicultura especial seja cada vez mais rentável para quem está no início de tudo. Neste sentido, um novo protocolo de provas sensoriais está sendo testado pela Specialty Coffee Association - SCA.
O novo descritivo foi apresentado em um evento que está acontecendo em Honduras, na América Central, e que conta com a participação de brasileiros especialistas em produção de café. Entre eles, o professor Flávio Borém - um dos principais nomes da cafeicultura nacional e também presidente da comissão julgadura do Especialíssimo - programa de cafés especiais da Cooxupé.
"O mercado hoje de cafés especiais é totalmente baseado na SCA, no protocolo que até então é usado. A intenção é realmente positiva porque a escala atual é muito estreita, porque a maioria dos cafés especiais varia de 82 a 87 pontos. E agora é o que bom ser ressaltado como bom, excelente ou excpecional e o que não é tão bom se distanciar mais desses cafés", explica.
Ainda de acordo com o produtor, o saldo é positivo porque o grande objetivo é favorecer o produtor, valorizando as qualidades que esse café que é feito com muita dedicação possui. "Oferecendo mais oportunidades para os produtores apresentarem a qualidade do seu café para diferentes aplicações ou compradores. Isto quer dizer que a inclusão da análise descritiva busca distinguir lotes com a mesma pontuação, mas que podem ter diferentes perfis sensorais", explica.
O assunto chamou atenção nas redes sociais nesta quinta, apesar do lançamento oficial estar previsto para acontecer apenas em abril, em uma feira em Portland, nos Estados Unidos. Após a aprovação e lançamento oficial do novo protocolo, a SCA prevê um período de treinamento a nível mundial para apresentar a nova metodologia, e na sequência uma fase de transição entre as metodologias.
"Não está previsto uma nova escala, mas sim uma forma diferente de se chegar à nota global", finaliza.
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