Mesmo com cenário altista, milho recua na B3 nesta 3ªfeira sentindo pressão dos fretes
A terça-feira (14) chega ao final com os preços futuros do milho operando no campo misto da Bolsa Brasileira (B3), oscilando entre altas e baixas. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 88,60 e R$ 90,80.
O vencimento março/23 foi cotado à R$ 89,04 com queda de 0,38%, o maio/23 valeu R$ 90,80 com perda de 0,13%, o julho/23 foi negociado por R$ 88,78 com elevação de 0,42% e o setembro/23 teve valor de R$ 88,60 com ganho de 0,45%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro está em queda, sendo pressionado pelo preço do frete. “O setor de frete vem há dois anos trabalhando no prejuízo e neste ano ainda não está conseguindo margem positiva porque o custo de transporte aumentou bastante”, diz.
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Na visão de Brandalizze, o cenário internacional ainda é positivo para os preços com alta demanda mundial e problemas vindos da guerra entre Rússia e Ucrânia, mas os preços brasileiros sentem essa pressão.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma terça-feira de altas e baixas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Palma Sola/SC e São Gabriel do Oeste/MS. Já as desvalorizações apareceram em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT e Itiquira/MT.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a semana inicia com o milho andando de lado no mercado físico brasileiro, com os negócios ocorrendo de maneira pontual e o cereal segue sendo comercializado na média de R$ 86,00/sc”.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro, começaram o dia contabilizando altas, mas foram perdendo força ao longo da terça-feira na Bolsa de Chicago (CBOT) e encerraram o dia com mais recuos do que avanços.
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,82 com queda de 2,75 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,79 com perda de 2,50 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,67 com baixa de 1,50 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,13 com ganho de 1,25 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (13), de 0,44% para o março/23, de 0,44% para o maio/23 e de 0,30% para o julho/23, além de elevação de 0,33% para o setembro/23.
Segundo informações da Agência Reuters, diante de preocupações sobre uma recessão global aumentando o sentimento pessimista, os contratos futuros de milho e trigo em Chicago recuaram acompanhando também as movimentações negativas da soja, que sentiu pressão fundamental do avanço da colheita de uma provável safra recorde de soja no Brasil.
“Os grãos estão em baixa com a contínua pressão da colheita no Brasil. Sabemos das perdas (relacionadas à seca) na Argentina e no sul do Brasil, e isso foi considerado”, disse Jack Scoville, analista de mercado do The Price Futures Group.
De qualquer forma, a publicação ainda destaca que, o mercado de milho segue atento aos riscos de guerra para os suprimentos de grãos do Mar Negro.
“Na última crítica russa a um acordo de guerra que permite a exportação de grãos ucranianos através do Mar Negro, Moscou disse na segunda-feira que seria "inapropriado" estender o acordo a menos que as sanções que afetam suas exportações agrícolas fossem suspensas. A notícia de que oficiais militares na Ucrânia emitiram um alerta na terça-feira sobre um alto risco de minas navais à deriva no porto de Odesa manteve a atenção sobre a possível interrupção do comércio de grãos à medida que os combates na Ucrânia se intensificam”, relata Julie Ingwersen da Reuters Chicago.
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