Agência dos EUA propõe mudar programa de biocombustível para incluir veículos elétricos
Por Stephanie Kelly e Jarrett Renshaw
NOVA YORK (Reuters) – O governo Biden divulgou na quinta-feira uma proposta de três anos para expandir a política de biocombustíveis dos Estados Unidos com mandatos de maior volume e –pela primeira vez– incluir um caminho para os fabricantes de veículos elétricos gerarem créditos lucrativos.
De acordo com o plano, anunciado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), as refinarias de petróleo serão obrigadas a adicionar 20,82 bilhões de galões de biocombustíveis ao seu combustível em 2023, 21,87 bilhões de galões em 2024 e 22,68 bilhões de galões em 2025.
Esses volumes incluirão mais de 15 bilhões de galões por ano de biocombustíveis convencionais, como etanol à base de milho, com o restante composto por combustíveis avançados, como os feitos de biomassa, gorduras animais ou metano de fazendas leiteiras e aterros sanitários.
O governo norte-americano estima que as emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida dos biocombustíveis podem ser mais de 40% menores do que a gasolina pura, o que significa que adicioná-los à mistura de combustíveis pode ajudar no combate às mudanças climáticas.
VEÍCULOS ELÉTRICOS
Além de aumentar os volumes obrigatórios, a EPA espera usar a redefinição para introduzir um caminho para os fabricantes de veículos elétricos gerarem créditos.
A medida pode reconhecer a possibilidade de veículos elétricos serem carregados em rede de energia gerada por biocombustíveis como aterros sanitários ou metano da pecuária.
A proposta da EPA prevê que os fabricantes de veículos elétricos –como a Tesla, por exemplo– gerem até 600 milhões de créditos chamados e-RINs em 2024, e 1,2 bilhão deles até 2025.
De acordo com o esquema, um e-RIN seria gerado para cada 6,5 quilowatts-hora produzidos por combustível renovável para uma bateria elétrica.
A ideia recebeu críticas mistas.
“Estamos encorajados que o governo Biden continue a reconhecer o papel poderoso que o RFS pode desempenhar na descarbonização do transporte”, disse Brooke Coleman, diretora executiva do Advanced Biofuels Business Council.
Mas Geoff Moody, um executivo do grupo de comércio de refinarias American Fuel and Petrochemical Manufacturers, disse que a proposta da EPA era falha.
“Para a regra final, a EPA deve voltar e definir volumes convencionais que estejam alinhados com a demanda do consumidor e as realidades da infraestrutura”, disse ele. “Também deve se manter fiel ao legado do RFS como um programa de combustíveis líquidos – não um programa de veículos elétricos…”
O mandato de biocombustíveis da EPA para o ano atual é de 20,88 bilhões de galões, o que inclui a exigência de volume anual de 20,63 bilhões mais um suplemento de 250 milhões de galões para volumes que não foram misturados em anos anteriores.
Os créditos de combustível renovável foram negociados na quinta-feira entre 1,65 e 1,70 dólar cada, abaixo dos 1,84 dólar da sessão anterior, disseram traders.
(Por Stephanie Kelly e Jarrett Renshaw)
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