Milho: Com exportações fracas dos EUA, Chicago recua 1% nesta segunda-feira
A segunda-feira (17) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações levemente baixistas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,08 e R$ 95,86.
O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 87,08 com queda de 0,57%, o janeiro/23 valeu R$ 92,60 com valorização de 0,65%, o março/23 foi negociado por R$ 95,86 com baixa de 0,45% e o maio/23 teve valor de R$ 94,58 com perda de 0,16%.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho deve iniciar a semana com lento ritmo na comercialização. “A baixa do dólar frente ao real e o recuo na Bolsa de Chicago devem contribuir para travar os negócios na exportação. O cenário deve influenciar também no mercado interno, que deve ter um movimento de alta contido por estes fatores”.
Segundo informações da Consultoria SAFRAS & Mercado, a maior movimentação segue centrada nos portos, nos negócios de exportação, enquanto o mercado físico segue pouco movimentado.
O Brasil exportou 3.250.915,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até este momento do mês de outubro, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Sendo assim, o volume acumulado nestes 9 primeiros dias úteis do mês já ultrapassa em 80,8% o total de 1.797.038,3 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de outubro de 2021.
No mesmo período, o Brasil importou 175.677,2 toneladas de milho. Isso significa que, nos 9 primeiros dias úteis do mês, o país recebeu 34,9% do total registrado em outubro de 2021 (503.000,1 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 19.519,7 toneladas contra 25.150 do mesmo mês do ano passado, redução de 22,4%.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho oscilou entre quedas e altas neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Cascavel/PR e Dourados/MS. Já as desvalorizações apareceram em Castro/PR, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho, o avanço do dólar levou a referência do cereal para próximo dos R$ 85,00/sc, em Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, a demanda internacional pelo cereal brasileiro esteve mais aquecida ao longo da semana passada, cenário que elevou os preços nos portos e, consequentemente, no mercado interno.
Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento da demanda externa está atrelado principalmente às preocupações com a escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia, que poderia atrapalhar as exportações de grãos pelo Mar Negro, e também à colheita nos Estados Unidos, que ainda segue em ritmo inferior ao registrado na temporada passada.
Para o Brasil, a publicação destaca que, “consumidores ainda não apresentaram interesse tão ativo no interior do País frente ao registrado no corredor da exportação, boa parte destes demandantes está atenta ao andamento da safra verão e aos estoques de passagem confortáveis da atual safra. Já produtores voltaram as atenções aos maiores valores praticados nos portos, limitando as vendas de grandes volumes no spot nacional”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também encerrou uma segunda-feira negativa para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,83 com baixa de 6,25 pontos, o março/23 valeu US$ 6,89 com desvalorização de 6,50 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,91 com queda de 6,25 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,85 com perda de 5,50 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação do fechamento da última sexta-feira (14), de 0,87% para o dezembro/22, de 1,01% para o março/23, de 0,86% para o maio/23 e de 0,72% para o julho/23.
Segundo informações Agência Reuters, o baixo nível das exportações norte-americanas divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira atuaram para pressionar o mercado futuro do grão e trazer recuos em Chicago.
“As exportações de milho estão atrasadas em relação à taxa típica da época da colheita, mostraram dados semanais de inspeções de exportação do USDA. A água baixa no rio Mississippi e seus afluentes retardou a entrega de barcaças de grãos para os terminais de exportação ao longo da costa do Golfo, onde cerca de 60% das exportações agrícolas dos EUA saem do país”, relata Karl Plume da Reuters Chicago.
O USDA informou que apenas 448.423 toneladas de milho foram inspecionadas na semana passada, contra as 1,049 milhão do mesmo período do ano passado. Até aqui, as inspeções da temporada agrícolas já caíram 21%.
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