Unidade da BRF em Abu Dhabi é aprovada para retomar exportação de frango à Árábia Saudita
Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A companhia de alimentos BRF (BVMF:BRFS3) obteve a reabilitação de sua unidade localizada em Kizad, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, para exportação de frango à Arábia Saudita, informou a companhia à Reuters nesta quinta-feira.
A planta passava por uma suspensão temporária desde 2019, ocorrida após uma auditoria. Agora, a BRF considerou a aprovação estratégica devido à relevância daquele mercado.
Em Abu Dhabi, são produzidos empanados de frango, hamburger de carne e frango, salsichas, peito tenderizado e cortes especiais de frango, que são enviados principalmente para países do Golfo, norte da África e Liga Árabe.
Inaugurada em 2014, a unidade de Kizad tem capacidade de produção de 80 mil toneladas por ano e atualmente produz alimentos das marcas Sadia, Perdix e Hilal para 14 países.
"A planta conta com cerca de 600 colaboradores, sendo uma das mais modernas da BRF, e passa por constantes processos de auditoria para atestar o valor agregado na produção local, segundo as regras do GCC (Gulf Cooperation Council)", disse a empresa em nota.
A reversão da suspensão ocorre pouco mais de um mês depois de a BRF inaugurar sua primeira fábrica em solo saudita, na localidade de Damman, após investimentos de 18 milhões de dólares que elevaram a capacidade de produção mensal da unidade para 1.200 toneladas de alimentos.
A planta de Dammam conta com linhas para produção de peito tenderizado, empanados e cortes especiais, produtos voltados para atender o mercado interno.
Na ocasião, o CEO global da BRF, Lorival Luz, disse que a companhia mantém um compromisso de longo prazo com a região e com o mercado Halal, cujo processo de produção segue preceitos islâmicos.
Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações de frango para países do Oriente Médio, e principalmente para a Arábia Saudita, têm ocupado papel de destaque nos embarques do setor, compensando inclusive quedas nas compras da China --maior importadora de carne do Brasil.
Somente em junho, as vendas da proteína para a China totalizaram 46,5 mil toneladas, recuo de 18% no comparativo anual. Por outro lado, a Arábia Saudita adquiriu 39 mil toneladas, um salto de 69%, enquanto os Emirados Árabes Unidos, com 35,6 mil toneladas, avançaram 18% no mesmo comparativo.
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