Açúcar despenca 1,5% nesta 3ª feira seguindo financeiro com temor de recessão global
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (05) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante sente a pressão generalizada das commodities no dia, incluindo agrícolas, em meio temores de recessão global.
Além disso, há atenção para o avanço da safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil com o recente anúncio de teto do ICMS e isenção de impostos federais sobre os combustíveis.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,49% nesta terça-feira, ficando cotado a 17,80 cents/lb, com máxima de 18,29 cents/lb e mínima de 17,71 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato recuou 1,55%, a US$ 526,20 a tonelada.
Depois do feriado na véspera nos Estados Unidos, as commodities apresentam perdas generalizadas com foco nos temores de recessão global. Andy Duff, estrategista global de açúcar do Rabobank, disse que as usinas do Brasil vivem neste momento muita imprevisibilidade.
"A ideia de que a economia mundial tem uma chance de enfrentar uma recessão, o que poderia tirar um pouco de fôlego das commodities em geral, tem sido suficiente para fazer com que os fundos fiquem menos entusiastas com o posicionamento das agrícolas", disse Duff.
Além disso, o dólar saltava mais de 1% nesta tarde, o que encoraja as exportações e pesa sobre os preços externos.
"Este é um mercado de recessão. Não há outra maneira de descrevê-lo", afirmou à agência internacional de notícias Bloomberg nesta terça-feira, o chefe de economia da Renaissance Macro Research, Neil Dutta. Além das commodities, os índices acionários também recuam.
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O mercado do petróleo, que impacta nos combustíveis em todo o mundo e, portanto, diretamente no açúcar, já que as usinas do Centro-Sul têm a opção de produção pelo adoçante ou o etanol, tinha perdas de mais de 10% nesta tarde de terça-feira.
"O mercado está ficando apertado, mas ainda estamos sendo derrotados, e a única maneira de explicar isso é o medo da recessão em todos os ativos de risco", disse à Reuters Robert Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho, Nova York. "Estamos sentindo a pressão."
Para Duff, diante desse cenário dos combustíveis, não se descarta a possibilidade de as unidades produtoras elevarem a produção de açúcar na safra 2022/22 em detrimento ao biocombustível, mas ainda assim há atenção para os temores de recessão.
"É um momento muito complexo para as usinas", diz o estrategista do Rabobank.
Nos fundamentos, há atenção para a safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil em andamento, sem percalços climáticos. Além disso, Nos fundamentos internacionais, o mercado também sentia alguma pressão com informações de amplas safras de açúcar na Índia e na Tailândia.
MERCADO INTERNO
A safra brasileira 2022/23 de cana-de-açúcar avança e segue impactando os negócios no Brasil, apesar de altas pontuais. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,64%, negociado a R$ 127,64 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,37 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 18,98 c/lb e queda de 4%.
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