Déficit global de açúcar deve aumentar com queda em produção da China
SÃO PAULO/NOVA YORK (Reuters) -O balanço de oferta de açúcar deve se deteriorar na temporada global 2021/22, que começou em outubro, devido à menor produção na China, um dos maiores importadores do mundo, disse a consultoria StoneX nesta quarta-feira.
A temporada verá a demanda superando a produção pelo terceiro ano consecutivo, disse StoneX, estimando um déficit de oferta de 1,9 milhão de toneladas, ante 1,8 milhão de toneladas projetado em novembro.
"A ocorrência de geadas em Guangxi, importante região produtora de açúcar, e a maior troca de área por culturas mais competitivas, pressionaram as perspectivas para a oferta do país", afirmaram em nota as analistas de Inteligência de Mercado da StoneX, Marina Malzoni e Rafaela Souza.
Com isso, a consultoria reduziu sua estimativa para a produção chinesa de açúcar em 300 mil toneladas para 10 milhões de toneladas em 2021/22 (out-set), 6,3% a menos que na temporada anterior.
O cenário deve desencadear fortes exportações da China até o final da temporada, estimadas entre 4,5 milhões e 5,5 milhões de toneladas.
A StoneX manteve suas estimativas para a produção de açúcar na Índia e na Tailândia em 31,5 milhões de toneladas e 10,7 milhões de toneladas, respectivamente, já que os dois grandes produtores têm boas safras neste ano.
BRASIL
A consultoria também deixou inalterada a previsão para a nova safra de cana do centro-sul brasileiro (2022/23) em 565,3 milhões de toneladas, com produção de açúcar estimada em 34,5 milhões de toneladas, que representam avanços de respectivos 7,3% e 7,2% ante a temporada passada.
Houve um incremento de 0,5 ponto percentual na estimativa para o mix de produção, em relação ao levantamento divulgado em novembro, para 45,5% da matéria-prima direcionada à fabricação do adoçante.
A produção de etanol de cana está projetada em 25,5 bilhões de litros, alta de 5,4% sobre a safra anterior. Do total, 16,5 bilhões de litros representam a destilação de hidratado e 9 bilhões de anidro.
A produção de etanol de milho, por sua vez, deve alcançar 4,2 bilhões de litros, disse a consultoria.
A StoneX ainda disse que, de maneira preliminar, enxerga uma dinâmica mais positiva para a temporada sucroalcooleira de 2022/23, em função da expectativa de maiores volumes de chuvas.
"O regime de precipitações se mostra fundamental para delinear as perspectivas produtivas, sobretudo quando consideramos que parcela dos Estados canavieiros continuam registrando umidade dos solos abaixo da normalidade, o que pode se colocar como fator de pressão para ganhos de rendimento”, afirmaram as analistas na nota.
Por outro lado, a expectativa de retorno da umidade ao longo de 2022 tende a pesar sobre o nível de Açúcar Total Recuperável (ATR) na cana –o qual deve apresentar queda anual de 1,2%, para 140,7 quilos por tonelada.
(Por Letícia Fucuchima e Marcelo Teixeira; edição de Nayara Figueiredo e Maria Pia Palermo)
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