Milho: Falta de compradores segura preços nesta 3ªfeira e B3 flutua perto da exportação
A terça-feira (26) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro levemente recuados na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 87,51 com queda de 0,22%, o janeiro/22 valeu R$ 87,06 com perda de 0,34%, o março/22 foi negociado por R$ 87,35 com desvalorização de 0,46% e o maio/22 teve valor de R$ 84,35 com baixa de 0,15%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as movimentações da B3 são reflexo do mercado interno que começa a se acomodar nesta reta final de ano. “Chega novembro e o comprador do setor de ração começa a trabalhar com o estoque que ele tem em casa e não atua muito”, explica.
Brandalizze relata ainda que os portos estão pagando ao redor de R$ 86,00 e R$ 88,00 na exportação e é isso que baliza as cotações no interno neste momento, com o milho indústria, no máximo, em R$ 90,00.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também caíram nesta terça-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou nenhuma valorização, mas percebeu desvalorizações nas praças de Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Oeste da Bahia e Cândido Mota/SP.
Confira todas as cotações desta terça-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “a semana inicia com o mercado estável com a forte queda do dólar influenciando no movimento retraído dos compradores para exportação, mantendo as negociações no mercado físico do milho em Campinas/SP nos R$ 89,00/sc”.
Enquanto isso no Paraná, o plantio do milho já foi à 93%, conforme aponta o último relatório divulgado pelo Deral. Os técnicos do departamento também avaliaram a qualidade das lavouras paranaenses e 97% das plantas estão em boas condições e os 3% restantes estão em médias.
Na visão da consultoria SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho deve seguir com preços em queda, em meio ao avanço da oferta nas regiões produtoras. “O foco dos produtores segue nas atividades de plantio. Já os consumidores se mostram bem abastecidos de ofertas, o que limita o interesse de compra”.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o mercado está “frouxo” de oferta. “Observa que no Sul há entrada da safra de trigo e muito trigo está indo para ração, reduzindo a demanda pelo milho. Já no Sudeste os vendedores continuam aceitando preços mais baixos e mantendo o mercado na curva de baixa. No Centro-Oeste há ofertas, mas os exportadores estão levando esse milho. As atenções também continuam no clima, que está bom para uma rápida evolução do plantio”, diz.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) ganhou força ao longo do dia e encerrou a terça-feira contabilizando movimentações positivas para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,43 com alta de 5,50 pontos, o março/22 valeu US$ 5,52 com ganho de 5,50 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,56 com elevação de 5,75 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,57 com valorização de 5,75 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (25), de 0,93% para o dezembro/21, de 1,10% para o março/22, de 1,09% para o maio/22 e de 1,09% para o julho/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos atingiram seu nível mais alto em mais de três semanas, após fortes chuvas em grandes áreas do meio-oeste dos EUA terem paralisado as colheitas.
“Mesmo se conseguirmos uma pausa na chuva por um ou dois dias, isso não é suficiente para os agricultores voltarem aos campos”, disse Terry Reilly, analista sênior da Futures International em Chicago.
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