Açúcar dispara mais de 3% em NY com focos nas perdas de safra no BR e Índia
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (30) com altas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O dia foi marcado por atenção dos operadores para as safras do Brasil e da Índia, principais produtores globais.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York saltou 3,14%, cotado a US$ 20,34 c/lb, com máxima de 20,38 c/lb e mínima de 19,56 c/lb. No terminal de Londres, o tipo branco registrou alta de 1,54%, a US$ 512,80 a tonelada.
Depois de iniciar a sessão em baixa, os futuros do adoçante passaram a subir mais fortemente no cenário internacional durante a tarde desta quinta-feira com algum ajuste de posições, mas focado nas informações da safra brasileira e da Índia.
"O reduzido potencial de produção do Brasil ainda está impactando o mercado", destaca o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville. Além do impacto climático na safra atual, também há atenção para 2022/23.
Dados recentes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostraram baixa expressiva na produção de açúcar do Centro-Sul na primeira metade de setembro. A entidade, inclusive, projeta que a temporada atual terminará mais cedo.
Além disso, houve algum posicionamento técnico do mercado, também favorecendo as máximas de quatro semanas. “O açúcar de NY nesta quinta-feira subiu drasticamente com recompra de posições, com o vencimento do contrato mundial do açúcar #11 para outubro”, destacou o Barchart.
O mercado também monitora as perdas em lavouras de cana e soja na Índia com fortes chuvas trazidas pelo ciclone Gulab, pouco antes da colheita. A nova safra da Índia começa oficialmente neste mês de outubro.
Maharashtra, o segundo maior produtor de soja, algodão e cana-de-açúcar do país e maior produtor de leguminosas semeadas no verão, recebeu 381% mais chuvas do que o normal na terça-feira, segundo a Reuters.
Além disso, o mercado também monitora as negociações do país asiático focadas no interior, que estão mais favoráveis. Segundo Scoville, "a Índia não está oferecendo porque os preços mundiais estão bem abaixo dos preços domésticos", disse.
No financeiro, o dia também foi marcado por oscilações dos dois lados da tabela para o petróleo e também para o câmbio.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar cristal seguem firmes no Brasil. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,02%, negociado a R$ 144,47 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 135,14 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 19,73 c/lb e queda de 0,21%.
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