Consumo de eletricidade no Brasil em junho de 2021 apresentou avanço de 12,5% em relação ao mesmo mês de 2020
O consumo nacional de eletricidade foi de 40.156 GWh em junho de 2021, o maior para o mês de toda a série histórica, desde 2004. O bom resultado foi alavancado pelo efeito base baixa, levando a taxa do mês a registrar elevação de 12,5% em relação a junho de 2020. Destacaram-se as classes industrial e comercial, com taxas expressivas de crescimento, que continuam sob influência do efeito base baixa. O consumo acumulado em 12 meses totalizou 493.463 GWh, elevação de 4,6% comparada ao período anterior. Todas as regiões geográficas do Brasil apresentaram expansão de dois dígitos no consumo de energia elétrica em junho: Norte (+13,1%), Sul (+12,7%), Centro-Oeste (+12,5%), Sudeste (+12,4%) e Nordeste (+12,2%).
A indústria (+19,4%), que em junho de 2020 ainda vivia o impacto da pandemia da COVID-19, teve sua taxa de crescimento alavancada pelo efeito base, mas o bom desempenho também contribuiu para o resultado, com o maior consumo para o mês de junho desde 2014. O Sudeste (+22,6%) e o Sul (+21,2%) apresentaram as maiores taxas de expansão do consumo industrial no mês. Norte (+15,2%), Nordeste (+14,5%) e Centro-Oeste (+5,0%) também cresceram. Entre as Unidades da Federação destaque para Alagoas (+110%), alavancado pelo efeito base no setor químico; porém São Paulo (+25,8%) foi quem mais contribuiu para a expansão, adicionando 859 GWh ao consumo da classe. Todos os dez segmentos mais eletrointensivos da indústria consumiram mais. Metalurgia (+570 GWh) liderou, impulsionada por siderurgia em Minas Gerais, e alumínio primário em São Paulo e Pará; seguida por produtos químicos (+326 GWh), principalmente em São Paulo, Alagoas (cloro-soda) e Rio Grande do Sul (polímeros); porém têxtil (60,4%) e automotivo (47,1%), com destaque para a produção de caminhões (ANFAVEA), apresentaram as maiores taxas, com o bom desempenho alavancado pelo efeito base em 2020 devido à pandemia.
A classe comercial (+19%) anotou a maior taxa de crescimento do consumo de energia elétrica desde o início da pandemia da COVID-19 no Brasil. Apesar do bom desempenho da classe, o consumo comercial ainda é menor do que no mês de junho de 2019. O efeito base aliado ao bom comportamento do setor de comércio e serviços do país puxaram a performance da classe no mês. De acordo com indicadores econômicos mais recentes do IBGE, de maio de 2021 comparado a maio de 2020, as vendas no Brasil cresceram 16% no varejo e 26,2% no varejo ampliado, enquanto o volume de serviços prestados avançou 23%. O destaque nas vendas do varejo foi no setor de tecido, vestuário e calçados, já o comércio varejista ampliado foi puxado por veículos e material de construção. Todas as regiões e estados registraram aumento no consumo da classe. A região Nordeste (+25,4%) foi o maior destaque no consumo. Seguida pelo Norte (+21,5%), Centro-Oeste (+21,4%), Sudeste (+18,2%) e Sul (+13,5%). Entre as Unidades da Federação, a maior taxa de consumo da classe no país foi registrada no Piauí (+34,7%). Já, São Paulo foi o estado que mais colaborou com o crescimento, acrescentando 364 GWh ao consumo da classe.
A classe residencial (+4,9%) apresentou aumento da taxa de consumo no mês de junho comparado ao mesmo mês de 2020. O Centro-Oeste (+15,8%) foi a região do país que mais se destacou no aumento da taxa de consumo de energia elétrica do setor residencial. A grave seca que assola grande parte da região contribuiu para o resultado. Assim como, o efeito base alta, pois em junho de 2020, o Centro-Oeste sofria medidas mais restritivas para conter o avanço da pandemia da COVID-19, fazendo com que aumentasse o tempo de permanência da população nas residências. As demais regiões também registraram acréscimo da taxa: Norte (+9,0%), Nordeste (+5,7%), o Sul (+4,6%) e o Sudeste (+2,1%). Em relação às Unidades da Federação, Mato Grosso (+20,6%) foi o que registrou a maior alta do consumo de energia elétrica das residências. Em contrapartida, o Amazonas anotou queda no consumo da classe. O estado tem apresentado taxas negativas no consumo desde de dezembro de 2020, em razão do volume de chuva acima da média climatológica.
Influenciados pelo efeito base baixa, o mercado livre apresentou alta de 24,2% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica cresceu 6,0%. O efeito base foi atenuado na taxa mercado cativo, por este abranger a totalidade do consumo residencial, a classe de melhor desempenho em junho do ano passado.
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