Importação de milho GMO dos EUA não compensa para setor de proteína animal
Podcast
Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Impactos da importação do milho GMO dos EUA
DownloadApesar de a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ter aprovado a importação de uma variedade específica de milho geneticamente modificado vinda dos Estados Unidos como medida de amparo ao setor de proteína animal, que atualmente sofre com os altos preços do insumo, de acordo com Marcos Araújo, analista da Agrinvest, a aprovação veio ctarde demais.
+ Importação de milho transgênico dos EUA está liberada a partir de 1º de julho
+ Abramilho se posiciona sobre liberação de importação de milho GMO dos Estados Unidos
"Essa liberação veio atrasada, mas é uma medida importante para o país para ter essa relação de troca. Entretanto, um milho vindo dos Estados Unidos hoje para chegar em Chapecó (SC), contando despesas logísticas, chega a um preço de R$ 105,49/saca de 60kg, enquanto um milho vindo da Argentina chega ao mesmo local com o valor de R$ 86,24/saca", disse. A título de comparação, uma saca de milho brasileiro em Palma Sola (oeste de Santa Catarina), é cotada hpoje (21) a R$ 81,00/saca.
Sendo assim, de acordo com Araújo, a importação do cereal dos Estados Unidos não é viável, principalmente para a região Sul do Brasil, onde se concentra a produção de aves e suínos. "Talvez compense para os Estados do Norte e Nodeste do país", devido a questões logísticas.
Além disso, o Brasil começa agora a colheita da segunda safra de milho, e mesmo com perspectiva de quebra em várias regiões produtoras devido a condições climáticas, é possível que haja pressão de baixa nos preços do cereal nacional.
Como indicativo deste espaço de baixas, Araújo cita a diferença entre as cotações do milho setembro/21 no porto, que hoje vale R$ 73,00 a saca e na Bolsa Brasileira (B3) que gira ao redor dos R$ 84,00, portanto permitindo ainda uma queda de R$ 10,00 a saca nos futuros.
Nova Possibilidade ao Produtor Brasileiro
Essa liberação de importação pode abrir a porta a liberação da produção desta variedade pelos próprios produtores brasileiros, assim como adiantou o presidente da Abramilho, Cesário Ramalho, em entrevista ao Notícias Agrícolas na semana passada, e criar abertura para a exportação para a China.
“Já que a CTNBio está aprovando a importação, é natural também que se aprove o plantio dessas variedades. Nós temos hoje várias trades chinesas já com filias atuando na originação direta do grão do produtor rural brasileiro e essa questão da decisão de importação do milho brasileiro é muito mais dependente de uma canetada do governo chines do que do brasileiro”, explica o analista.
2 comentários
Preços do milho para 2025 são os melhores em 2 anos para vendas antecipadas
Chegada das chuvas aumenta a incidência da cigarrinha-da-pastagem
Demanda forte mantém milho com altas em Chicago nesta sexta-feira
USDA informa nova venda de milho à Colômbia nesta 6ª (20)
Futuros do milho abrem a 6ªfeira com altas em Chicago ainda sustentadas por boa demanda de grãos dos EUA
Radar Investimentos: Mercado de milho no Brasil apresenta um cenário misto
Bernardo Gomes Barbosa S?o Paulo - SP
É uma vergonha; o Brasil paga pelo milho transgênicos R$ 105 reais importado e pressiona o mercado interno a própria produção, impondo valores bem abaixo deste que busca lá fora; além de levar nosso dinheiro para circular lá fora no mercado externo. É um absurdo... quanta ignorância existe nestes dominadores de mercado de milho dentro do Brasil.
Osler Desouzart Sao Paulo - SP
Creio que importação de milho dos USA só faz sentido para a região Nordeste, pois, para as demais, as despesas logísticas a tornam inviáveis, assim como é inviável milho da Argentina para o NE pelas mesmas razões.