Preço do milho fecha a 5ªfeira em alta no Brasil com cenário de pouca oferta
A quinta-feira (01) chega ao final com os preços do milho mais uma vez em alta no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Jataí/GO, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações registradas nesta quinta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “no mercado interno, os negócios estão lentos e a oferta curta”.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o preço médio do milho se elevou 1,79% em relação a semana anterior, passando de R$ 77,77 a saca para R$ 79,16 a saca, aponta a Emater.
A consultoria StoneX divulgou que, os atrasos motivados pelo ciclo mais tardio da soja e também pelo excesso de chuvas em fevereiro e março já trazem impactos nas perspectivas de rendimento em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Sendo assim, em sua revisão de abril, a consultoria trouxe um corte de 4,5% na produção da safrinha em relação ao número divulgado em março, ficando em 77,65 milhões de toneladas. Mesmo com a queda, o resultado ainda configuraria recorde.
"O corte da estimativa do Mato Grosso ficou perto de 3 milhões de toneladas. Mesmo com essas revisões, a safra de inverno ainda não está definida, com o clima em abril, e mesmo em maio, sendo determinante", pondera a especialista de inteligência de mercado, Ana Luiza Lodi.
Já a Datagro tem previsão de área total para 2020/21 de 19,73 milhões de hectares, 4% acima dos 18,98 milhões da temporada passada, e produção potencial ajustada para 109,30 milhões de toneladas, ante 109,62 milhões da estimativa anterior e 2% do recorde visto em 2019/20.
B3
Os preços futuros do milho subiram na Bolsa Brasileira nesta quinta-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,54% e 1,03% ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 97,50 com alta de 0,98%, o julho/21 valeu R$ 92,60 com elevação de 0,72%, o setembro/21 foi negociado por R$ 86,70 com ganho de 0,72% e o novembro/21 teve valor de R$ 87,50 com valorização de 1,03%.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 3,12% para o maio/21, de 3,35% para o julho/21, de 2,64% para o setembro/21 e de 2,7% para o novembro/21 na comparação com a última sexta-feira (26).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a safra verão brasileira foi de 22/23 milhões de toneladas e vai ter que abastecer o mercado até a chegada da safrinha no meio do ano com um grande atraso.
“Além disso, o clima começa a prejudicar as lavouras de Goiás e Minas Gerais com o tempo seco que começa a comprometer a safrinha. Como temos quase nada disponível agora e a colheita da primeira safra já está em reta final os pequenos consumidores são obrigados a bancarem os valores que aparecem”, diz.
Diante deste cenário, Brandalizze aponta que, o mercado segue firme e não deve mudar muito até o meio do ano, já que não há milho novo disponível para chegar.
Ainda nesta quinta-feira, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas durante o mês de março.
Nestes 23 dias úteis do mês, o Brasil exportou 294.489,1 toneladas de milho não moído. Este volume representa aumento de apenas 1.535,1 toneladas com relação ao exportado até a terceira semana do mês (292.954) e é apenas 35,78% do total contabilizado durante o último mês de fevereiro (822.892,4). No terceiro mês do ano, o país embarcou 62,30% de tudo o que foi registrado durante março de 2020 (472.669,7).
Mercado Externo
Já na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro perderam força nos primeiros contratos e encerraram a quinta-feira em campo misto. As principais cotações registraram movimentações entre 4,50 pontos negativos e 7,00 pontos positivos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,59 com baixa de 4,50 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,45 com queda de 2,25 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,01 com elevação de 5,00 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 4,84 com ganho de 7,00 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 0,89% para o maio/21 e de 0,37% para o julho/21, além de altas de 1,01% para o setembro/21 e de 1,47% para o dezembro/21.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 1,27% para o maio/21, de 1,87% para o julho/21, de 3,73% para o setembro/21 e de 3,86% para o dezembro/21 na comparação com a última sexta-feira (26).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho dos EUA reduziram ganhos na quinta-feira com a realização de lucros, depois que o contrato de referência atingiu seu nível mais alto desde 2013, reforçado por um relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que projetou plantações menores do que o esperado e reacendeu as preocupações com o fornecimento global de grãos.
“A verdadeira história da quarta-feira foi a escassez de hectares. Como tal, a força de hoje está nos contratos da nova safra para encorajar a expansão da área, enquanto os contratos da safra antiga geram lucros”, escreveu Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da StoneX em uma nota aos clientes.
Os agricultores dos EUA planejam semear 91,1 milhões de acres com milho este ano, o máximo desde 2018. No entanto, as estimativas ficaram bem abaixo das expectativas dos analistas para 93,2 milhões de acres de milho.
“Os relatórios prospectivos de plantações do USDA de março de 2021 foram uma grande surpresa altista no milho, já que as expectativas de um recorde de 183 milhões de acres combinados para milho e soja foram frustradas pela dificuldade de aumentar a área plantada dos EUA em 6% em um ano”, disseram analistas do Rabobank.
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